Opinião: Pelotas melhora sua produção, mas deixa a vitória escapar no final

A arbitragem realmente influenciou um pouco, mas não foi fator tão determinante para o resultado. Em um jogo bastante equilibrado, o Pelotas teve as melhores chances, mas acabou cedendo o empate aos 44 diante de um Caxias bem mais tímido do que se esperava. O resultado foi justo pela produção das duas equipes, mas ficou visível a melhora do áureo-cerúleo na comparação com o primeiro jogo.

O Pelotas começou em cima, pressionando e marcando o seu gol logo no começo, em uma boa jogada do eficiente Alan, que cruzou na medida para o oportunista Sotilli abrir o placar. Sotilli, 50 gols, que contraria a lógica: quando todos pensam que ele vai cair de produção, o alemão matador arma as jogadas, volta pra marcar e faz gols. Ontem, mais uma vez, ele foi fundamental para o time.

No primeiro tempo o Pelotas esteve em cima, e o Caxias só criava com Pedro Henrique, uma excelente revelação da base Grená. O problema era a distribuição desparelha de cartões: 5 para o Lobo e 1 para o Caxias. Logo no início do segundo tempo, o áureo-cerúleo perdeu Robinho, num lance bobo, e aí foi obrigado a recuar a sua equipe. A expulsão foi justa, mas depois o árbitro teve a oportunidade de expulsar dois atletas Grenás em lances semelhantes e não o fez. O time da casa aproveitou, pressionou de maneira desordenada, mas constante, e acabou chegando ao gol em uma bobagem de Léo Dias, que perdeu a bola e possibilitou um rápido contra-ataque. Pedro Henrique chutou no canto para empatar o jogo aos 44 minutos.

Isento Léo Dias de culpa pelo resultado, tendo em vista que o Pelotas fez boa apresentação, e o 10 entrou bem na partida. O seu grande erro nem foi no lance do gol, mas sim num outro: ele chutou com muita confiança e perdeu a principal chance de gol do seu time na segunda etapa. Com o gol todo aberto na direita, o meia tentou colocar no canto esquerdo e jogou pra fora. Já o substituto de Oliveira, Adinam, foi a grande surpresa: seguro, fez grandes defesas, e por isso deve permanecer como titular.

O principal problema a ser corrigido no Pelotas é a articulação. O time mostrou-se maduro na marcação, tanto é que segurou a pressão Caxiense com relativa facilidade até sofrer o gol de empate. O defeito tem sido justamente no setor mais reforçado, já que Miro Bahia ainda não mostrou a que veio, e Léo Dias segue fora de forma. Sotilli, por incrível que pareça, tem se mostrado fundamental para a articulação, voltando para armar as jogadas.

Para o jogo com o Novo Hamburgo, Robinho está fora. Oportunidade de ver como a equipe vai se portar com Alan na esquerda, e mais um meia. Acredito que Makelele deveria ficar com a vaga, mas não sei de suas condições físicas. João Paulo é um grande reforço, mas Sotilli foi fundamental nos dois primeiros jogos. E Clodoaldo começou melhor do que Tiago Duarte neste início de campeonato. É muito cedo para analisar algumas coisas, mas o Pelotas está melhorando de produção, e se espera que este processo seja contínuo e traga bons frutos o mais cedo possível.