Não sou vidente. Não é possível fazer previsões sobre o futuro da equipe do Brasil, nem saber se a equipe conquistará a sonhada vaga na primeira divisão de 2012, o que iria coroar o trabalho da direção rubro-negra no ano do centenário do clube. Mas o fato é que o time tem mostrado muito bom futebol. No sábado, superou a modesta equipe do Riopardense com assustadora facilidade e, com 5 a 1 no placar, mostrou porque pode ostentar a condição de favorito na segundona deste ano.
Antes do jogo, o técnico Leco concedeu uma entrevista à rádio Pelotense, afirmando que sua equipe brigará para não cair neste ano. As pretensões xavantes são bem diferentes, e por isso era necessário mostrar superioridade desde os minutos iniciais. Isto foi feito logo de cara: 5 minutos de blitz total e sufoco a meta adversária. No 4-2-2-2 de Hélio Vieira, surpreendia a participação dos atacantes. Clayton e Felipe Oliveira recuavam todo o tempo para ajudar na armação das jogadas, ofuscando até mesmo a participação dos meias Moscatelli e Cinval. Clayton, por sinal, resolveu tudo sozinho logo no começo: recebeu pela esquerda, ajeitou e teve muito tempo para colocar a bola no ângulo, fazendo um golaço.
O Riopardense só atacava pela esquerda, com a dupla de irmãos Saraçol. Jackson era ajudado na marcação por Leandro Marangón, que caia pelo lado em alguns momentos. A entrada do volante também auxiliou na saída de bola rubro-negra, bastante qualificada. E num jogo em que o coletivo está ajeitado, as individualidades aparecem. Foi o que aconteceu em todos os gols marcados pelo Brasil.
No segundo tento, por exemplo, a boa cobrança de escanteio de Marangón encontrou Rodrigo sozinho, e o zagueiro pulou para, sozinho, testar firme para o fundo do gol. No terceiro, Flaviano apareceu livre para marcar após uma finalização de difícil execução. No quarto, Moscatelli bailou para cima do adversário, deixando-o na saudade, e cruzou com precisão para Flaviano marcar novamente. A partir daí o Brasil fez muitas mudanças e colocou muitos jovens na equipe. Com a saída de Marangón a zaga passou a ser exigida e mostrou as suas deficiências. Adilson fez importantes intervenções, e só não parou Jardel que, totalmente livre, conseguiu descontar para o Riopardense.
O jogo já estava se encaminhando para o final quando Jone apareceu. O jovem de 20 anos, destaque da pré-temporada, partiu sozinho pra cima da zaga e deixou o seu, o primeiro dele como profissional. Jone é muito bom jogador, e será bastante importante para o Brasil ao longo da segundona se conseguir adaptar-se à realidade do futebol profissional.
O Brasil tem bons jogadores. Tem uma boa equipe. E o mais importante: comporta-se como um time no aspecto coletivo. Utilizando um esquema tático “feijão com arroz”, a equipe mostra qualidade, com laterais que saem para o jogo e sabem guardar espaço, Jackson e Galego, dois volantes de forte marcação, Marangón e Carlos Alberto, dois meias de qualidade que se revezam no posicionamento, Moscatelli e Cinval, e uma dupla de atacantes de referência capaz de sair da área e armar jogadas com relativa eficiência, Felipe Oliveira e Clayton.
A dúvida é o rendimento da dupla de zaga, Rodrigo e Ronan. Há de se salientar que ambos têm a mesma característica – são jogadores fortes, de pouca técnica – o que pode estar prejudicando no processo de adaptação para que os dois possam atuar juntos com qualidade. Rodrigo tem outro agravante: está sem ritmo de jogo, e por isso não apresenta ainda o mesmo desempenho de outros tempos. É cedo, entretanto, para dizer se a dupla terá sucesso ou se será o “calcanhar de Aquiles” xavante.
No banco Hélio também tem boas opções. Miguel mostra qualidade, embora precise aprender a largar mais a bola. Jone e Flaviano são atletas qualificados para entrar a qualquer momento de uma partida. Wilson e Deivid também são bem experientes e têm a capacidade comprovada graças a outras passagens pela cidade. E a zaga deve ser reforçada ainda nesta semana.
É cedo para dizer qualquer coisa sobre o Brasil. Ainda espero ver esta equipe sendo testada contra um adversário de maior qualidade. Mas já adianto: se formos nos basear pelo início e pelo que foi demonstrado até agora, o ano é promissor. A direção e a comissão técnica fizeram um bom trabalho, contratando jogadores conhecidos e realizando cada passo com planejamento. A equipe mostra bom rendimento e qualidade em campo. Resta saber se o sucesso momentâneo se estenderá até o final, e se o clube conquistará o seu tão sonhado objetivo no ano do centenário.
Bela análize,o brasil deu mostras que 2011,será bem diferente de 2010,e um time com cara de time,com jogadas pelos lados ,bom ataque e um defesa ainda tosca ,mas boa para o momento acho q é um ou outro(rodrigo ou ronan),nada que um zagueiro de maior qualidade não resolva.A garotada do banco tá bem demais ,esse ano será nosso e eu quero BRAPEL!!!!OU TÃO COM MEDINHO!!!!!