OPINIÃO: Um empate com gostinho de derrota

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O jogo entre Pelotas e Veranópolis foi bom, principalmente no segundo tempo. Pegado e com muita ação por parte do Lobo, que buscou o gol a todo o momento e teve vibração. Mais uma vez, entretanto, o panorama do confronto com o Juventude se repetiu: muita armação, muitas tentativas desperdiçadas e um empate com sabor de derrota para o áureo-cerúleo.

Pelotas e VEC protagonizaram um primeiro tempo de dar sono...

O primeiro tempo foi bem parado. O Pelotas teve a iniciativa e a posse de bola, mas não traduziu isso em oportunidades de gol. O meio dependia demais de Maicon Sapucaia, já que Márcio Tinga não apresentou um rendimento satisfatório. A válvula de escape era o lado direito, com o importante apoio de Eduardo Eré. O ataque com Clodoaldo e Tiago Duarte era a grande esperança do jogo, mas a bola não chegou até os dois na primeira etapa.

A situação mudou no segundo tempo com a entrada de Makelele. Mesmo longe das melhores condições, o volante se mostrou diferenciado para os nossos padrões. Em poucos toques, acrescentou qualidade técnica à equipe, dando ao time uma dinâmica diferente. É uma pena que os contra-ataques proporcionados pelo reestreante da tarde não tenham se traduzido em gols.

Makelele mais uma vez foi o destaque do Pelotas

Quem abriu o placar foi o Veranópolis, que não jogou bem no domingo (20). Raulen, de péssima atuação, acertou um chute indefensável com a perna esquerda. A resposta rápida surgiu num pênalti bem marcado pelo árbitro Franscisco Silva Neto, que Tiago Duarte bateu para empatar o jogo. Depois, em momento de pressão absoluta do áureo-cerúleo, João Rodrigo, que estava muito mal na partida, fez uma penalidade totalmente infantil, convertida por Richard Falcão. O novo empate ocorreu no “bafo”, na pressão, com Jonas, que completou um cruzamento magistral de Eduardo Eré.

Individualmente gostei muito da apresentação do Pelotas. Se percebia a vibração e a vontade nos jogadores, que lutaram todo o tempo. O problema, para mim, é o senso coletivo desta equipe. O áureo-cerúleo ainda não tem um padrão tático estabelecido, graças às muitas mudanças do time ao longo do campeonato. Se vê claramente que os meias param à todo instante por não saber onde os companheiros estão posicionados, os laterais demoram para realizar a passagem, os atacantes não acertam o último passe. Isto não acontece em função de alguma deficiência técnica destes atletas, mas sim pela falta de padrão de jogo da equipe.

Taticamente, a principal lacuna é a lateral-esquerda. Robinho não tem qualidade para ser titular da posição, e João Rodrigo não foi bem. É hora de dar oportunidade para Alan ou Rithison. No meio, a formação ideal me parece ser Cléber (ou Wanderson), Gavião, Makelele e Maicon Sapucaia. A opção pelo recuo de Sapucaia ou a utilização de Makelele mais recuado, caso isto venha a acontecer, podem ser considerados invenções, já que os dois atletas citados são os únicos no elenco azul e amarelo com capacidade para chegar de trás e articular as jogadas.

Quinta o jogo com o Porto Alegre é de 6 pontos. Empatar é mau resultado, e perder é inadmissível. Se corrigir alguns defeitos e mantiver a pegada, o Pelotas tem tudo para sair vencedor da partida.

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Alan, pelo Juventude: ele merece mais oportunidades no Pelotas