Império de medalhões Xavante

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Não ficaria bem escalado, mas os nomes lembrariam muitos torcedores de grandes clubes, principalmente do Internacional. Nos últimos anos, sempre que o assunto é Série C o Brasil busca jogadores de renome. Funciona assim desde 2008, quando o clube fixou-se na competição.

Flávio: Campeão Mundial no São Paulo

Naquele ano, com o apoio de patrocinadores fortes como o Habib’s, a direção rubro-negra contratou atletas com passagens por equipes da elite do futebol brasileiro. Dessa forma, chegaram ao Bento Freitas jogadores com clubes e títulos significativos no currículo. O goleiro Flávio foi um deles. Revelado pelo Avaí, esteve no elenco do São Paulo em 2005, quando o tricolor sagrou-se campeão da Libertadores e do Mundial, ao superar o Liverpool. No Xavante, começou como titular de Itamar Schülle, perdendo mais tarde a vaga para Vanderlei.

Com uma apresentação diferenciada, no mesmo dia do anúncio do Habib’s como patrocinador rubro-negro, Cléber Gaúcho retornou ao clube que o revelou. Com títulos do Campeonato Brasileiro da Série B (2002), pelo Criciúma; Copa do Brasil (2004), pelo Santo André; além de uma participação na Copa Libertadores (2006), pelo Goiás, o jogador chegou para cumprir o papel de líder da equipe, o que de fato conseguiu, embora sem a conquista de nenhum título desde seu retorno.



Luciano passou sem brilho

Ainda em 2008, o Brasil contratou o centroavante Luciano. Com passagem pelo Internacional no começo da década passada, “Tanque”, como também era chamado, era para ser uma boa solução para colocar a bola na rede. Sem atuações convincentes, perdeu espaço para jogadores como Sharlei, Lucas, Diego Biro e, claro, Milar. O resultado da estratégia de contratar alguns medalhões, além de outros jogadores importantes, foi a eliminação do time na última rodada do octogonal decisivo, quando o time foi goleado pelo Rio Branco por 4 a 1.

Em 2009, o rubro-negro montou um plantel sem tantos medalhões. O único foi Galego. Seu currículo já bastante “encorpado” mostrava uma passagem pelo Internacional, em 2005. Assim, depositou-se grande expectativa sobre o lateral-esquero. Ela se confirmou. Com seu chute forte e liderança, ajudou o Xavante a chegar a um jogo da Série B, quando o clube caiu diante do América Mineiro.



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Cléber: referência sempre que defendeu o clube

O ano passado foi cheio de anúncios de impacto. Primeiramente, os reforços foram mais discretos, porém bastante comemorados. Luiz Müller e Márcio Hahn passaram pelo Internacional em 2002, mas apenas Márcio (como era chamado no colorado) costumava atuar com maior frequência. No entanto, foi o goleiro o grande protagonista da equipe. Mais do que Márcio Hahn. Mais do que: Ricardinho, Michel e Vanderlei.

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A grande decepção: Ricardinho
Ricardinho chegou como referencial técnico. Contratação de alto custo, mas baixo risco. Foi nesta pequena margem de erro que o meia depositou tudo que o torcedor não gostaria. Fez atuações pífias, fazendo esquecer o bom jogador que mostrou ser em equipes como do Coritiba, Vitória, Paulista – onde conquistou a Copa do Brasil – e Internacional.

Campeão da Libertadores e do Mundo pelo Internacional, Michel foi outro jogador valorizado que chegou ao Bento Freitas em 2010. Visivelmente acima do peso, foi muitas vezes uma simples opção no banco de reservas. Perto do que era esperado no Xavante, foi outra decepcionante contratação. Assim como o centroavante Vanderlei, que chegou em meio ao campeonato. Fez poucos jogos e poucos gols: somente um.

Em 2011 a estratégia se repete. Chegaram primeiramente Asprilla e Marcos Denner. O zagueiro, com passagens por Botafogo, Figueirense e Náutico. O atacante, que já enfrentou por várias vezes o atual clube na competição nacional, com uma rápida passagem pelo Flamengo, além de um feito importante que o torcedor Xavante gostaria de vê-lo obter novamente, agora com o uniforme rubro-negro: o acesso para a Série B, em 2003, pelo Santo André.

Agora, o novo nome de impacto é Luiz Carlos. Ceará e Fortaleza conhecem o potencial do jogador. Por sua vez, os dirigentes colorados ficaram esperando pela resposta do jogador, que acabou não acontecendo. Emprestado ao Brasil, ele retorna depois do Brasileiro para o Inter, onde tem contrato até o fim de 2012. Resta aguardar.

Por onde eles andam?

Flávio: Era titular do Metropolitano no Campeonato Catarinense, mas sofria com cálculos na vesícula biliar. Passou por cirurgia e agora é reserva do time de Blumenau.
Cléber: Aposentou-se e trabalhou como auxiliar-técnico de Hélio Vieira na Segundona, pelo Brasil.
Luciano: Está com 30 anos, escondeu-se no futebol iraniano, não sabemos por onde anda.
Galego: Está no Brasil, mais uma vez.
Luiz Müller: Defende o Brasil de Farroupilha na Segundona, segue uma muralha.
Márcio Hahn: Defenderá o Caxias na Série C.
Ricardinho: Segue decepcionando torcedores. Agora no Bangu.
Michel: Disputou o Gauchão pelo Novo Hamburgo.
Vanderlei: Foi vice-artilheiro do Candangão e estuda propostas de times das séries B e C.

3 comentários em “Império de medalhões Xavante”

  1. Parabéns pela matéria gurizada, realmente inesperada e o que tem feito de vocês um diferencial no lixo que é nossa imprensa em Pelotas.

    Mas um adendo. O patrocínio do Habibs não foi referência para contratações no Brasil em nenhuma das temporadas. Pagavam pouco mas, pela escassez de apoio empresarial por essas terras, ganhavam uma visibilidade muito grande.

    Abraço!

    1. Valeu, Filipe. Valeu, mesmo. Fazer jornalismo de verdade dá muito trabalho. Mesmo assim aparecem críticas, umas construtivas, outras totalmente descabidas e aí é complicado, mas faz parte. Sorte que pessoas como tu reconhecem o profissionalismo que nos norteia. Abraço.

  2. Lembrando que além desta conquista do acesso em 2003, o Marcos Denner subiu da C para a B com o Criciuma, no ano passado, e foi titular e campeão da série A2 no inicio do ano com o Guarani de Campinas.

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