A arte de superar o próprio corpo

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Muros são obstáculos comuns

Onde a tranquilidade supera o medo. Onde a ousadia impressiona quem assiste. Onde o homem busca ser melhor do que o próprio corpo. Se existe um esporte onde esses quesitos estão reunidos, este esporte é o Le Parkour. Para praticá-lo, não são necessários itens como chuteiras, raquetes. Nem bolas ou afins. Os únicos instrumentos necessários são corpo e mente. A única palavra que dita a modalidade é superação.

Em Pelotas, a prática já chegou às ruas. Mesmo que com poucos praticantes, já existem interessados no Parkour. O Rede Esportiva conversou com um grupo de oito interessados no assunto e concluiu: a modalidade vai além do esporte, podendo ser entendido como uma arte. Segundo os jovens, com idades entre 13 e 33 anos, l’art du déplacement (arte do deslocamento) colabora para manter a mente tranquila, condicionar o corpo e, logicamente, divertir.

Criado por David Belle, o interessante no Parkour é a forma que a modalidade acabou se difundindo. Para a maioria, foi através de filmes e vídeos na Internet que o PK, como é abreviado, chegou ao conhecimento dos atuais praticantes. O filme B-13, protagonizado por Belle, foi a inspiração para Marcos Borges, 33 anos, iniciar a treinar. De acordo com o traceur (denominação para quem pratica o Parkour), no início o grupo precisava assistir vídeos para compreender as técnicas da modalidade. Agora, em um novo estágio, os novos interessados em Pelotas pelo PK já podem ser orientados. Não por professores, mas por qualquer traceur mais experiente.

Praticantes superam altos obstáculos

 

O grupo não possui datas e horários específicos para treinar. Tampouco praticam Parkour sempre juntos. Cada traceur faz o seu horário de treinamento, assim como o percurso. Afinal, para praticar basta haver obstáculos. E obstáculos não faltam. Markos Borges, xará de Marcos Borges,  diz que “qualquer lugar abandonado” serve para dar início a um treino de PK.

Como os saltos envolvem muitas vezes muros e os praticantes não usam luvas, arranhões são normais, conta o traceur Cirangelo Silva. O risco causado pelos giros e quedas frequentes, entretanto, acaba fazendo com que nem sempre o praticante se dê bem e execute o deslocamento previsto. Kevin, 16 anos, ao tentar fazer um giro em uma trave de futebol, acabou quebrando o braço.

Apesar dos arranhões e problemas que podem surgir, todos os riscos costumam ser calculados. Para evitar problemas, as recomendações básicas são manter o corpo saudável e a mente tranquila. Para ter sucesso, basta superar-se.

Canal de Markos Borges no Youtube
Canal de Cirangelo no Youtube
Canal de Marcos Borges no Youtube
Canal de Gabriel Castro no Youtube

Um comentário em “A arte de superar o próprio corpo”

  1. Bacana a matéria. Só gostaria de alertar que o nome da atividade é “Parkour” e não “Le Parkour”. Já a algum tempo estamos tentando desmistificar o uso do “le” porque é um erro grotesco de adequação da lingua francesa pro portugues. Outro ponto em questão é que os praticantes não querem “superar o próprio corpo”. Não ao menos no sentido da matéria. A intenção real é se desenvolver acima dos limites impostos pelo comodismo. Mas sempre respeitando a individualidade e o valor biológico de cada um. Parabéns a vocês e ao pessoal de Pelotas.

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