Conheça a nova voz do Rede Esportiva

Que atire a primeira pedra aquele guri que jamais narrou um jogo de botão ou vídeo game. Provavelmente você sequer olhou para o lado à procura de um pedaço de tijolo ou item semelhante. Agora, procure narrar em voz alta… sem ser reprovado. A missão é difícil. Ser narrador, dos bons, não é tarefa para qualquer um. O início no ramo exige interesse por esporte, criatividade e uma mínima dose de loucura, que permita ao aventureiro narrar para uma pequena audiência, composta por um único ouvinte: o próprio narrador. Foi assim, numa brincadeira de “maluco”, que tudo começou para o novo narrador da TV On-line do Rede Esportiva, Eduardo Costa.

Aos 21 anos, o guri de Uruguaiana começa a surpreender o público pelotense com suas performances durante as transmissões. Com timbre de narradores do primeiro escalão, Eduardo exibe uma facilidade para narrar incomum para jovens da sua idade. Mas, se é tão bom, por que ele não vai narrar em grandes centros do País? Engana-se, então, quem pensa que isso ainda não aconteceu. Em 2009, o prodígio inscreveu-se no programa “O Narrador”, do canal Esporte Interativo. Ficou em terceiro lugar, perdendo na semifinal para o vencedor do concurso, Rafael Araldi, por 52% a 48% dos votos do público.

Um dos mais novos do concurso à época, quando tinha 18 anos, Eduardo tornou-se pauta em um dos mais influentes jornais do País: Folha de São Paulo. Com o título “Quero ser Galvão”, o narrador falou um pouco da sua experiência no reality show de narração. Ídolo de vários narradores, o jornalista da Rede Globo é admirado pelo jovem. “Gostem ou não, ele é a grande referência na profissão! Ele é tão bom que consegue superar Eduardo Costa, o narrador que todo mundo gosta”, diverte-se.

Mas a frase que qualifica o comunicador, definida por ele como um simples “slogan”, é mera brincadeira. Ao tratar de seu potencial, o jovem demonstra humildade. “Eu não sei se tenho o jeito para narrar. Sei que gosto muito de estar narrando. Me realizo quando estou fazendo isso”, conta. Narrar, para Eduardo, é uma diversão. Atividade essa que começou na infância, ao lado de uma pessoa especial. “Sempre ouvi transmissões de futebol pelo rádio na minha infância. Ouvia com meu avô. Aquilo era deslumbrante pra mim. Queria imitá-los. Comecei narrando futebol de botão e posteriormente campeonatos de vídeo game, que aconteciam na casa dos meus colegas de escola. Quando ganhei meu primeiro mp3, comecei a gravar sozinho os jogos que passavam na TV. Coisa de maluco mesmo.”

Cursando Jornalismo na UFPel, Eduardo Costa ingressou no começo de abril na equipe do Rede Esportiva. No site, produz matérias referentes aos acontecimentos esportivos da cidade e, claro, narra.

Assim, jogo a jogo, como um jogador de futebol, Eduardo busca seu espaço. Seja nas cabines de imprensa ou nos espaços improvisados de sua casa, de onde transmite os jogos do Manchester United, o narrador vai demonstrando seu potencial. O objetivo? Ser recompensado. Mas, se possível, ser o novo Galvão. Afinal, o Teatro dos Sonhos do jovem são capazes de ultrapassar quaisquer barreiras… até mesmo as cortinas de Old Trafford.

REDE ESPORTIVA – Já tem até bordão, hein?
Eduardo Costa, o narrador que todo mundo gosta?

Isso…
Na verdade não é um bordão! É uma brincadeira que surgiu e acabou virando um “slogan” muito pouco utilizado nas minhas transmissões.

Bordão mesmo já tem algum?
Tenho algumas frases que falo na Rádio ManUtdBR, rádio do clube de fãs do Manchester United aqui no Brasil. No momento que abro as transmissões, (nos jogos) em Old Trafford, falo: ‘As cortinas do Teatro dos Sonhos (apelido do Old Trafford, estádio do Manchester) voltam a se abrir para mais um espetáculo fascinante dos Diabos Vermelhos’. E quando começa o jogo digo: ‘Apita o árbitro. Vamos nessa… No gramado rola a bola, aqui comigo rola a emoção’.

Como funciona essa rádio?
Em 2009 fui convidado a montar a rádio para o site www.manutdbr.com. É um site voltado exclusivamente ao Manchester United aqui no Brasil. O mesmo já completou seis anos e faltava algo como uma webrádio. Montamos ela e em outubro de 2009 estreamos. Desde lá, transmistimos praticamente todos os jogos do clube inglês na temporada e a aceitação do público foi incrível. A audiência e a participação do torcedor Red Devil aqui no Brasil é impressionante! Fazemos transmissões descontraídas e o povo gosta muito!

De onde descobriram teu potencial de narrador?
No site do Manchester United Brasil fui descoberto através do proprietário Daniel Martins, que acompanhou a minha participação no programa ‘O Narrador’, do canal Esporte Interativo. Naquele mesmo ano, mandei um material para a seleção do programa e fui escolhido. Fiquei no Rio de Janeiro durante 20 dias e terminei a disputa entre os quatro melhores. A partir desse programa, surgiu a oportunidade na Rádio ManUtdBR.

Vamos para o começo da tua trajetória, então, para entender melhor. Tudo começou de que maneira? Narrando jogos de botão, vídeo game?
Sempre ouvi transmissões de futebol pelo rádio na minha infância. Ouvia com meu avô. Aquilo era deslumbrante pra mim. Queria imitá-los. Comecei narrando futebol de botão e posteriormente campeonatos de vídeo game, que aconteciam na casa dos meus colegas de escola. Quando ganhei meu primeiro mp3, comecei a gravar sozinho os jogos que passavam na TV. Coisa de maluco mesmo!

Você sempre viu que levava jeito para narrar ou alguém o incentivou a seguir adiante?
Eu não sei se tenho o jeito para narrar. Sei que gosto muito de estar narrando. Me realizo quando estou fazendo isso. Sempre ouvi conselhos que deveria seguir em frente, principalmente quando participei do programa no Esporte Interativo. Ali foi o momento crucial pra eu confirmar que gostaria de seguir essa profissão.

Conheceu gente importante por lá? Como foi essa experiência?
Com 18 anos e sem experiência nenhuma conheci os principais nomes do canal. Os caras que eu admirava assistindo em casa. Estar no meio deles foi espetacular. Conhecer o Rio de Janeiro, respirar esporte e narração esportiva durante, praticamente, três semanas, foi algo incrível.

E aí veio a matéria “Quero ser Galvão”…
Exato. A matéria aconteceu durante o programa do Esporte Interativo. Maurício Trilha e eu, os dois mais jovens do programa, fizemos uma entrevista para a Folha de São Paulo. Nessa entrevista contamos um pouco sobre o nosso sonho de se tornar narrador.

Galvão Bueno ou Eduardo Costa?
Galvão Bueno, o maior de todos! Gostem ou não, ele é a grande referência na profissão! Ele é tão bom que consegue superar Eduardo Costa, o narrador que todo mundo gosta (risos).

Sonha em “roubar” o lugar dele?
Meu grande sonho é conseguir fazer aquilo que gosto numa grande empresa e ser recompensado com o carinho do público. Ele trabalha na maior empresa de comunicação do País. É um sonho ousado, que deve ser trilhado passo a passo. Quem sabe um dia chegamos lá…

Por enquanto fica narrando pelo Rede Esportiva.
Com certeza… Uma ótima oportunidade que estou recebendo! Tenho que agradecer o espaço disponibilizado pelo Rede Esportiva. Espaço esse não só para fazer as minhas narrações, algo que faço com muita alegria, mas também para exercer o papel de jornalista! Ser jornalista e narrador, dois sonhos que um dia pretendo alcançar.

Boa sorte. Talento tens de sobra.
Muito obrigado! “Talento tens de sobra”, fica por tua conta (risos).