Meus amigos, hoje quero escrever não sobre a vitória do Caxias ou a derrota do Juventude. Quero ater-me a uma figura em especial, um jogador em destaque. Falarei sobre o senhor Cleber Viana, o atacante insinuante da S.E.R. Caxias.
Um cara que se tu olhares, esse paulistano vai parecer que é um piá de 19, 20 anos. Mas na verdade está perto dos 30… Começou a carreira profissional aos 24 anos, quando descoberto pelo saudoso Lori Sandri.
Antes disso, tem base formada pelo São Paulo, mas acabou por diversos motivos não seguindo uma trajetória. Acabou formando-se cabeleireiro e tornou-se ainda metalúrgico e cobrador de ônibus na Capital paulista…
Uma história pra lá de batalhada. Tudo isso para falar de um cara que está sacudindo esta Divisão de Acesso. Tive a oportunidade de conhecê-lo um pouco melhor, quando de uma entrevista na Rádio Caxias. Estava junto da esposa e companheira de desafios, a Letícia.
Conheci um cidadão humilde, coisa cada vez mais rara nesse meio do futebol. Lutador e que busca sempre fazer o melhor por si e sua equipe. Um jogador, guardadas às proporções de uma Divisão de Acesso, superior aos demais que até aqui vi. Está no Caxias em um momento de recuperação do clube, tanto dentro quanto fora de campo.
É complicado dizer que teria o mesmo desempenho em uma competição de maior qualidade técnica. Mas o fato é de que ele é o diferente do Grená. E merece todo o apoio do clube, da torcida e até da imprensa. Soube que recusou recentemente a proposta do Botafogo de Ribeirão Preto, para juntar-se ao time nesta reta final de Campeonato Paulista e para a Série C do Nacional.
Agora, creio que muitos outros, de igual ou maior porte que o clube do interior de São Paulo, irão aparecer lhe oferecendo o lindo mundo do futebol.
O que ele fez neste domingo contra o Marau foi algo que há muito tempo eu não via em competição nenhuma nos gramados deste País. Pegou a bola na intermediária e fez fila, driblando quatro adversários (um deles duas vezes) mas acabou não conseguindo uma conclusão de qualidade, com a bola sobrando para Jajá mandar de bicicleta muito perto do gol.
Clebinho quase fez o mais belo gol da história do Estádio Centenário… Mas quanto às propostas, Cleber é vacinado, creio que saberá muito bem o que fazer. Ele quer ficar, a torcida quer que fique.
E ele tem de ficar. Se continuar no Grená, por mais dificuldades que os adversários vão impor ao longo do ano, vai ser fundamental no retorno às séries que o clube fora rebaixado. E vai ter de comprar um armário, para tantos troféus de melhor em campo das rádios…