Com dúvida no ataque para pegar o Vila Nova, Zimmermann diz: ”Treinei várias alternativas”

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Por um lado, o retorno ao Bento Freitas representa alívio. De outro, a provável ausência de Marcos Paraná obriga Rogério Zimmermann a mudar o estilo ofensivo da equipe do Brasil. Ao menos, o treinador teve toda a semana disponível para testar novas opções. A partir das 16h deste sábado (16), o Xavante recebe o Vila Nova na Baixada pela 16ª rodada da Série B do Brasileirão. Como de costume, na véspera do compromisso, Zimmermann concedeu entrevista coletiva.

A gente não muda em função do adversário, mas sabemos que o Vila Nova vive um bom momento. É um time forte fisicamente, que marca e joga, equilibrado independentemente do número de zagueiros e volantes. Treinei alternativas durante a semana. Já usamos o Paraná mais adiantado, tivemos o Nena, o Ramon, etc. Contra Sampaio Corrêa e Vasco, um losango no meio. Você não vai jogar 38 partidas com apenas um sistema tático. Quando você treina, não é somente para o próximo jogo. Se há tempo, testo opções para outras partidas”, iniciou Rogério, comentando sobre como o possível 3-5-2 do Colorado de Goiânia afeta o Rubro-Negro.

Você pode ter três zagueiros e ser frágil ou forte defensivamente. A questão não passa pelo esquema, porque tudo que pedirei aos atletas não depende disso. Peço movimentação, toques rápidos, jogadas de velocidade. Se o adversário viesse com um sistema 4-4-2, 4-5-1, o pedido seria igual. Toda vez que a equipe perde a bola, vai recuar e procurar te fechar os espaços. O que muda são características individuais. Alguns cuidados como a bola parada dos três zagueiros altos que vão atacar. Tem que ter deslocamento, ultrapassagem para criar o maior número possível de situações de gols numa partida”, emendou o comandante.

Foto: Jonathan Silva/G.E. Brasil
Foto: Jonathan Silva/G.E. Brasil

Se Nem começar novamente como titular, três dos 11 titulares xavantes seriam volantes de origem apesar de desempenharem distintas funções na engrenagem do Brasil. A respeito dessa formatação, Zimmermann disse: ”É preciso analisar pelo número de vezes que se chega ao gol rival. Talvez tenha sido a partida em que mais fizemos isso, justamente contra o Vasco fora. O torcedor precisa entender que se você reforçar um pouco mais o meio, libera os laterais. A entrada do Nem foi por isso, para ter dois marcadores, dois rententores de bola e dois velocistas. Além disso, Weldinho e Marlon avançaram bastante. Depende da mecânica, da característica e daquilo se pede. Posso escalar três atacantes e pedir para ficarem lá atrás, segurando laterais”.

Felipe e Ramon têm suas características. Mas você não pode modificar tudo isso em função do adversário, você faz pequenos ajustes. Na verdade, o Felipe faz um movimento em cima do lateral-esquerdo porque o atleta adversário normalmente está próximo da zona de atuação dele. O Ramon, que joga mais pela esquerda, muitas vezes acompanha o lateral-direito porque esse rival atua no setor dele. O Felipe vai jogar dentro da função dele. Se o ala jogar espetado em cima do Weldinho, qual a necessidade do Felipe marcar?”, acrescentou o técnico.

Outra pauta foi a necessidade de manter a organização para facilitar as transições defensivas e ofensivas: ”O mais importante é se deslocar de uma forma que quando você rouba a bola, você esteja no lugar certo. Exemplo: recuperamos a bola perto da zaga. O Felipe está mais atrás do que o Weldinho, o Leandro lá na frente… aí você leva muito tempo para todos voltarem aos seus lugares e só depois começar o ataque. O fundamental é que todos recuem um pouco, mas que na hora do desarme estejam nos seus espaços”.

Principal problema devido a lesão muscular, Marcos Paraná voltou a treinar, mas com menos intensidade. O camisa 11 passa por processo de retreinamento e, segundo o próprio Rogério, tem chances extremamente remotas de entrar em campo no sábado. ”Nunca quero que um atleta entre sem as melhores condições e depois agrave a lesão, porque há um prejuízo para a carreira dele e sequência do campeonato”, afirmou o treinador.

Nem é uma das opções para começar como titular (Foto: Carlos Insaurriaga/G.E. Brasil)
Nem é uma das opções para começar como titular (Foto: Carlos Insaurriaga/G.E. Brasil)

Não tem um substituto. Essa função foi feita para o Paraná porque ele tem característica para isso. Não tenho nenhuma outra peça para desempenhar o mesmo papel, sem dar referência aos zagueiros. Sequer treinei algo assim. Não há como reproduzir. Teria que ter mais tempo para treinar. O importante é quem jogar, movimentar bastante”, complementou Zimmermann, abrindo possibilidade para entradas de Nena, Nathan ou Nem, com Ramon sendo adiantado para a referência do ataque.

Zimmermann também falou sobre o equilíbrio da Série B: ”É preciso pontuar o máximo possível no primeiro e segundo turno, apesar de serem só referências. Uma vitória te dá tranquilidade para a próxima partida, mas ao mesmo tempo precisamos melhorar porque outras equipes também crescerão. É tudo bastante imprevisível”.

Por fim, um tema que não poderia ser deixado de lado: o retorno ao lar. ”Acho que esse tipo de situação nos fortalece. Quando se pensa em Brasil, se pensa em torcida, em Bento Freitas. O torcedor sempre faz o time se tornar mais forte. Nossa equipe usa bem o fator casa, isso é uma marca história do clube que procuramos explorar”.

O Brasil deve encarar o Vila Nova com Eduardo Martini; Weldinho, Leandro Camilo, Teco e Marlon; Leandro Leite, Washington, Felipe Garcia, Diogo Oliveira e Ramon; Nena (Nathan ou Nem).