Com um a menos, Brasil sai na frente, mas cede virada para o Criciúma

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O Brasil até contrariou o cenário desfavorável quando tinha um jogador a menos e abriu o placar com Cirilo, mas o Criciúma correu atrás do prejuízo e buscou a virada. Thiago Humberto e Roberto deram a vitória para o Tigre  no Bento Freitas na noite desta sexta-feira, em jogo da 26º rodada da Série B do Campeonato Brasileiro.

Dessa forma, o Xavante estacionou nos 40 pontos e se manteve provisoriamente na terceira posição da segunda divisão nacional – a equipe pode cair posições dependendo dos resultados de Ceará, Londrina e CRB, que jogam amanhã. O time de Rogério Zimmermann volta a campo no sábado (24), quando encara o Tupi fora de casa. O Tigre, agora com 37 pontos, encostou no grupo dos quatro primeiros colocados – apenas um ponto o separa do CRB, quarto colocado e com um jogo a menos.

Equipes param no travessão e Xavante fica com um a menos no fim do primeiro tempo

Com Wender como único desfalque, o técnico Rogério Zimmermann promoveu duas alterações em relação ao jogo contra o Luverdense: Diogo Oliveira e Elias retomaram as vagas ocupadas por Clébson e Jônatas Belusso no Mato Grosso. As outras novidades ficaram por conta de Teco e Nena. Recuperado de lesão, o zagueiro iniciou o confronto no banco de reservas. Mesmo caso de Nena, que, após a contraprova negativa no exame antidoping, voltou a figurar entre os relacionados.

Ao soar do apito do árbitro, o Brasil logo se lançou ao ataque. O caminho escolhido foi o lado direito de ataque, habitat de Felipe Garcia. Foi do lado contrário, porém, que saiu o primeiro ensaio de finalização da noite: depois da jogada individual de Elias, Cirilo dividiu com a zaga e concluiu pra fora, sem sustos para o goleiro Luiz. A resposta do Criciúma veio na sequência, quando Paulo Cézar levou a melhor na disputa com Elias e arrematou sobre a meta vermelha e preta.

E foi através da bola parada que teve origem a primeira oportunidade de perigo. Quando o cronômetro batia a marca de três minutos, Niltinho levantou na área e encontrou Raphael Silva, que subiu mais alto que todo mundo e carimbou o travessão. Na mesma moeda, Cirilo aproveitou o cruzamento de Marlon e a saída em falso de Luiz e cabeceou por cima.

Aos 19 minutos de jogo, o travessão voltou a impedir que o placar fosse inaugurado. A zaga afastou parcialmente a cobrança de lateral de Weldinho e deu um presente para Ramon. O centroavante aceitou o regalo e desferiu um petardo, que balançou o poste catarinense e caprichosamente rondou a linha fatal até ser afastado em definitivo pela defesa. Mais tarde, Felipe Garcia conduziu pela direita, se livrou da marcação e finalizou no canto. O rebote de Luiz caiu nos pés de Ramon, que dominou e bateu cruzado para o meio da pequena área, onde Elias dividiu com a zaga e não conseguiu empurrar para as redes.

Diogo foi expulso no final do primeiro tempo (Foto: Carlos Insaurriaga/GEB)
Diogo foi expulso no final do primeiro tempo (Foto: Carlos Insaurriaga/GEB)

Já nos lances finais do primeiro tempo, o panorama começou a ficar desfavorável para o Xavante. Aos 36, Caíque completou o assistência de Niltinho e cabeceou para o fundo do barbante, mas foi flagrado em impedimento. Nos acréscimos, o Rubro-Negro ficou com um jogador a menos em campo. Diogo Oliveira dividiu com Raphael Silva na intermediária de ataque do Tigre e recebeu o cartão amarelo. Foi o segundo apresentado para o camisa 10, que já havia sido advertido anteriormente após discussão com o mesmo jogador. A cobrança de Niltinho, que parecia tranquila, despretensiosamente tomou o rumo do gol e obrigou Martini a espalmar pra fora.

Brasil abre placar e cria chances de ampliar, mas cede a virada

O contexto do momento sugeria um crescimento do volume de jogo do Criciúma e uma postura mais retraída por parte do Brasil. Para reforçar ainda mais essa ideia, o técnico Roberto Cavalo providenciou a entrada do atacante Adalgiso Pitbull no lugar de Paulo Cézar. O Xavante, por sua vez, passou a atuar no 4-4-1, com Felipe Garcia, Washington, Leandro Leite e Elias na linha de meias e Ramon mais adiantado.

O Tigre até trabalhou mais a pelota no campo de ataque, mas o cenário teve vida efêmera. O Rubro-Negro ganhou terreno e emplacou uma sequência de escanteios. Tudo começou com o levantamento de Marlon e o desvio de Cirilo, que só não correu para o abraço por culpa da grande defesa de Luiz. Na sequência, o arqueiro quase se complicou ao espalmar contra a própria defesa. Sorte dele que a redonda mais uma vez saiu em tiro de canto. Eis que a sorte do camisa 1 se transformou em azar quando Cirilo pôs fim à sequência de escanteios ao cabecear com precisão no canto inferior esquerdo. 1 a 0 e êxtase geral nas arquibancadas do Bento Freitas.

Depois do tento, não era raro visualizar os 10 jogadores de linha dos catarinenses além da linha divisória do gramado. Fato que, por outro lado, não se  traduziu em pressão: Martini trabalhou apenas em lances de bola parada. Aliado a isso, sobravam latifúndios a serem explorados pelo time de Rogério Zimmermann. Aos  16 minutos, posicionado próximo ao bico da área, Elias se viu diante de duas opções: finalizar a gol ou servir Ramon, que passava livre pelo meio. Para o desespero do centroavante, o camisa 9 escolheu a primeira alternativa e mandou pra fora.

Elias (Foto: Carlos Insaurriaga/GE Brasil)
Elias (Foto: Carlos Insaurriaga/GE Brasil)

Mesmo com um a menos no gramado, o Brasil se viu mais próximo de ampliar a vantagem do que os visitantes de empatar. Aos 30, Marlon cobrou o escanteio fechado e por pouco não surpreendeu Luiz ao acertar o travessão. Mais tarde, Ramon foi acionado na grande área e tentou passar pelo arqueiro rival, mas adiantou demais e saiu com bola e tudo.

Um momento de descuido, no entanto, custou caro. Quando o relógio marcava 39 minutos, a falta favorável ao Criciúma era no campo de ataque e os rubro-negros se postaram na sua área de defesa. Mas a cobrança foi curta. Thiago Humberto conduziu com liberdade e soltou uma bomba que teve como destino o ângulo da meta de Martini. Passados quatro minutos, a virada. Após a cobrança de falta de Niltinho, um bate-rebate se instalou na área vermelha e preta. A confusão só teve fim quando Roberto concluiu para as redes.

Gustavo Papa e Marcos Paraná foram as armas de Zimmermann para o momento de desespero, mas já era tarde. A derrota de virada foi seguida pelos aplausos da torcida, que reconheceu o esforço demonstrado dentro das quatro linhas.

Ficha técnica

Brasil: Martini; Weldinho, Cirilo, Leandro Camilo e Marlon; Leandro Leite e Washington (Marcos Paraná); Felipe Garcia, Diogo Oliveira e Elias (Gustavo Papa); Ramon (Nathan). Técnico: Rogério Zimmermann.

Criciúma: Luiz; Paulo Cézar (Adalgiso Pitbull), Raphael Silva, Diego Giaretta e Niltinho; Barreto, Felipe Guedes, Ricardinho, Caíque (Thiago Humberto) e Roberto; Jheimy (Bruno Baio). Técnico: Roberto Cavalo.

Cartões amarelo: Paulo Cézar e Luiz (CRI); Marlon (BRA)

Cartão vermelho: Diogo Oliveira

Arbitragem: Marcos Mateus Pereira, auxiliado por Daiane Caroline Muniz dos Santos e Sérgio Alexandre da Silva (trio do Mato Grosso do Sul).