Na última rodada da Série B do Campeonato Brasileiro, duas novidades marcaram a escalação do Brasil para o jogo contra o Ceará. Uma delas, aliás, teve participação decisiva no confronto: marcou os dois gols que garantiram a vitória rubro-negra sobre um adversário direto na tabela de classificação. Trata-se de Gustavo Papa. E, em entrevista coletiva na tarde da última quinta-feira, o centroavante se mostrou satisfeito com a situação e lembrou do longo período sem entrar em campo desde o início.
“Estou muito feliz por ter tido a oportunidade de sair jogando e ainda mais por ter feito os dois gols. Meu último jogo como titular havia sido no Campeonato Gaúcho, contra o Novo Hamburgo. Fazia tempo que eu esperava essa oportunidade e felizmente aproveitei da melhor maneira possível. Foi um jogo dificílimo, contra um adversário que valorizou o nosso resultado. Agora estamos próximos do nosso primeiro objetivo”, disse, em referência à manutenção do Xavante na segunda divisão nacional.
O caminho de volta ao protagonismo, porém, teve alguns obstáculos. Uma cirurgia de hérnia inguinal em junho levantou uma série de dúvidas para o centroavante, que demorou para se livrar das dores, mas que garantiu já estar recuperado.
“Imagina não poder exercer a coisa que você mais gosta. É difícil e passa muita coisa na cabeça. Antes de fazer a cirurgia eu vinha treinando, mas treinando com muita dor. Após a cirurgia, voltei com um pouco de dor, tinha aquele receio. Você fica pensando: será que essa dor vai passar? Será que vou conseguir ser o Gustavo de antigamente? Felizmente a cirurgia foi bem sucedida e estou recuperado”, afirmou.
Em relação ao seu posicionamento dentro das quatro linhas, o jogador ponderou que, até desembarcar no Bento Freitas, só havia jogado como centroavante. Foi Rogério Zimmermann quem deu a oportunidade de jogar aberto pelos lados e, contra o Fortaleza, no jogo que garantiu o acesso do Brasil para a Série B, Papa jogou “praticamente de lateral-esquerdo”, segundo o próprio. Ele encerrou o tema ao afirmar que todas essas mudanças são treinadas, e que nos treinos de ataque e de campo reduzido, os jogadores costumam desempenhar “inúmeras funções”.
A outra novidade na escalação ficou por conta de Brock, que substituiu o lateral-esquerdo Marlon. No jogo da rodada anterior – contra o Tupi -, inclusive, foi dos pés dele que saiu o levantamento que originou o gol de Felipe Garcia. Não à toa, a bola parada foi tema no contato com a imprensa. Brock afirmou que a o quesito “define jogo em todos os lugares”, e que por isso os atletas buscam se aperfeiçoar.
Com a meta próxima de ser cumprida, é inevitável que se fale em planos mais ambiciosos. E, mesmo que o discurso de antes se mantenha uma, mudança sutil já pode ser percebida. “Sempre foi dito por todos os jogadores e todos da comissão técnica que encaramos cada jogo como uma decisão e não vai ser diferente daqui pra frente, independente se tivermos conquistado o primeiro objetivo. Está dando certo, dando bons resultados. É seguir assim pra conseguir algo melhor na competição”, colocou.
Por fim, na projeção da próxima rodada, em que o Rubro-Negro encara o Sampaio Corrêa no estádio Bento Freitas, o lateral-esquerdo deixou em segundo plano a situação do adversário, que ocupa a lanterna da competição.
“Às vezes você é enganado por eles estarem lá embaixo na tabela. Mas se acompanhar jogo a jogo, todas as equipes têm qualidade, mesmo as que estão brigando lá embaixo. Mas temos que encarar da mesma forma, saber que é uma equipe de muita qualidade independente da posição no campeonato”, arrematou.