Opinião: Dívida enorme e quadro social diminuto: a encruzilhada Grená

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Meus queridos amigos, o Caxias ainda tem a possibilidade de conquistar a Copa Larry Pinto de Faria. Mesmo com a derrota em casa no último sábado para o Ypiranga, na primeira decisiva, creio em vontade para virar a decisão. Digo vontade, porque qualidade falta. Em relação ao time que levantou a taça da Divisão de Acesso, houve decréscimo na chegada de substitutos. Foram vários os momentos vividos pelo Caxias nesta copinha. Desde o natural relaxamento após a conquista do acesso e a eliminação na Série D, passando pela saída de Beto Campos e chegada de Luiz Carlos Winck, e dispensas de campeões e chegada dos novos nomes.

Destes novos nomes, fica difícil fazer uma análise mais profunda sobre a real qualidade de todos, até porque o único “time” de verdade que o Grená enfrentou foi justamente o Ypiranga. Mas os que não têm bola são fáceis de identificar, porque se não joga bem na copinha, vai ser bom onde? Garibaldi e Apafut são clubes e times ainda incipientes. E, ainda sim, especialmente com o time de Flores, houve sofrimento para classificar e chegar à decisão.

Bem, voltando aos jogadores, sei da realidade financeira do Caxias, dita pelo próprio presidente Maurício Grezzana. O clube tem uma dívida de R$ 34 milhões de reais. Isso mesmo, 34 milhas… Pra se ter uma ideia do tamanho da encrenca, o Estádio Centenário, maior bem grená, está avaliado em R$ 39 milhões. Diante disso e da competição não tão atraente, a Copinha, foram buscados jogadores muito abaixo da expectativa para um clube do tamanho do Caxias.

Não quero citar nomes, até para não criar algum constrangimento, mas é visível para qualquer um que tenha o mínimo de discernimento. Certos jogadores só estão vestindo a camisa grená apenas porque é o possível a se fazer no momento. Outro dado preocupante é a queda no número de associados. Depois da conquista da Divisão de Acesso, cerca de 500 sócios deixaram de contribuir com o clube. Justamente no momento em que o Caxias retorna à divisão especial do Estado.

Pôxa! Entende-se a situação delicada e de incertezas quanto ao rumo do País, mas deixar o time na mão na boa ainda não tinha visto. E pode ter reflexo para 2017. O Caxias precisa do apoio de seu torcedor. Na arquibancada, no quadro de associados. Estamos vendo um lado da cidade voltando a crescer no cenário nacional. O outro lado não pode ficar parado. E isso também passa pela torcida e quadro social vigoroso e atuante.

Os dirigentes estão tentando fazer sua parte. Os bons jogadores e a comissão técnica, acredito, também. Hora de quem tem o sangue grená fazer o mesmo. Senão, corremos o sério risco de ver o Caxias de volta à Divisão de Acesso.