Giovani Gomez fala sobre a carreira, recuperação e projeta 2017

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Altos e baixos. Isso é algo que Giovani Gomez conhece bem. O atleta natural de Tupãssi, no Paraná, terminou 2015 muito bem, fazendo gol no jogo de ida da final da Copa Luiz Fernando Costa e também sendo convocado para a Seleção Gaúcha sub-20, que disputaria a Copa Placar de Seleções Estaduais. 2016 prometia ser o ano de afirmação do atacante, mas então, uma lesão veio para atrapalhar. Durante a preparação do áureo-cerúleo para a Séria A2 de 2016, Giovane rompeu o ligamento cruzado do joelho esquerdo. Previsão de 7 meses fora, acabando assim com sua participação na Divisão de Acesso.

Após uma longa recuperação, Giovani, agora 100%, já voltou aos treinamentos na Boca do Lobo. O jovem atleta tem acompanhamento do preparador físico do Pelotas Roberto Recart, e vem treinando com bola sob a tutela de Felipe Muller, junto ao grupo sub-17 do Lobo.

Giovane já retornou aos treinos na Boca do Lobo. (Foto: Giovane Gomez/ Divulgação)
Giovani já retornou aos treinos na Boca do Lobo. (Foto: Giovani Gomez/ Divulgação)

Entre um treino e outro, Giovani Gomez concedeu entrevista ao Rede Esportiva, onde comentou sobre seu início no futebol, sua carreira e seus objetivos futuros. Confira agora:

Rede Esportiva(RE): Fala pra nós um pouco da tua história no futebol. Como começou? Por quais equipes passou?

Giovani Gomez(GG)Minha carreira começou quando eu tinha 9 anos de idade, jogava na escolinha do Atlético Paranaense lá na minha cidade, Tupãssi-PR, e fui chamado pra fazer uma avaliação no Atlético-PR e passei. Fiquei uma temporada lá, na sub-15, mas depois acabou não dando certo. Depois fui pra Santa Catarina, no Brusque, e do Brusque fui chamado para o Figueirense, onde joguei o catarinense. De lá, cheguei no Fragata, aqui de Pelotas, onde logo depois fui emprestado para o Brasil. Durante essa minha passagem no Brasil, pintou a chance de jogar no South Melbourne, da Austrália. Fiquei por um ano lá e acabei retornando para o Brasil. Quando voltei, o Fragata e o Brasil acabaram não se acertando e fui de novo pra fora do país, dessa vez para o Chile. Lá joguei no O’Higgins, mas não deu muito certo. Quando voltei novamente, tinha uma boa relação com o Jorge Votto, e ele acabou me trazendo para o Pelotas, onde estou até hoje.

RE: E sempre como centroavante?

GG: Na verdade eu era meio-campo, jogava de meia. No Fragata acabaram me colocando de volante, até que em um jogo contra o próprio Pelotas, me colocaram de centroavante para segurar o jogo, porque era alto e aí virei de vez.

RE: E quando foi que o futebol virou algo sério na tua vida? Tinha alguma outra opção caso não desse certo?

GG: Isso aí tá no sangue. Quando era criança via todo mundo jogando, meus ídolos, e tinha muito isso na cabeça que iria ser jogador. Até falava em ser boiadeiro, porque na minha cidade é bem forte isso, mas sempre foi futebol.

RE: Como que aconteceu tua vinda pra Pelotas? Como tu veio parar aqui na cidade?

GG: Logo depois que eu saí do Figueirense eu joguei um torneio de fim de ano em Balneário Camboriú, onde fui bem e conheci o meu procurador, que conhecia o Émerson. Daí, ele me trouxe para o Fragata.

RE: Do Fragata tu foi para o Brasil, e do Brasil tu foi para a Austrália e depois ainda para o Chile. Como que tu foi parar nesses lugares que não são destinos tão comuns para jogadores brasileiros? Foi uma boa experiência?

GG: Saí do Fragata e fui para o South Melbourne na verdade. E depois, quando voltei da Austrália, já rolou a oportunidade de ir para o Chile. Foram experiências muito boas, até porque sempre que se tem a chance de jogar fora do país é muito bom.

RE: Muito se fala que o Brasil tem atrasos técnicos e táticos em relação ao resto do mundo. O que tu pode notar de diferença no Chile e na Austrália?

GG: Na Austrália o que deu pra perceber é que eles têm muita força e pouca técnica. No Chile tinha um pouco mais de qualidade, mas não se comparava ao Brasil. Em termos táticos não notei tanta diferença. Na Europa é bem nítido que eles estão um passo a frente do que os brasileiros, mas na Austrália e no Chile ainda estão um passo atrás.

Giovane Gomez em ação no segundo semestre de 2015 (Foto: Alisson Assumpção)
Giovane Gomez em ação no segundo semestre de 2015 (Foto: Alisson Assumpção)

RE: Falando agora do Pelotas, tu chegou logo no segundo semestre de 2015. E naquela época, e até hoje na verdade, rolava aquele papo de que o time se “acanhava” quando a torcida comparecia em maior número. Era isso mesmo? Como foi pra ti?

GG: Muitas pessoas falavam que era isso, mas pra mim vai de cada um. Na minha opinião, quanto mais vierem, melhor pra nós. Alguns sentiam mais a pressão mas outros se sentiam bem melhor com bastante gente no estádio. Vai de cada atleta.

RE: Tu teve um bom final de ano, e criou-se uma boa expectativa pra tua participação na Série A2. Mas então, veio a lesão, a notícia de que tu teria que fazer cirurgia e, consequentemente, perderia a Divisão de Acesso. Como que foi receber a notícia de que tu ficaria tanto tempo fora?

GG: Quando me falaram que ficaria parado, tive a impressão de que não era mais meu ano. Mas meus amigos me ajudaram a superar e agora já estou 100%, treinando físico e técnico, me preparando já pra próxima temporada.

RE: Todo mundo fala que lesão no ligamento é complicado de recuperar e voltar. Rola um receio ou isso é diminuído pela vontade de estar jogando?

GG: Então, a volta é complicado. Tem um pouco de medo, insegurança. Mas a vontade é gigante, de tá correndo, jogando de novo. É preciso ter calma, porque nesse tipo de lesão, a chance de machucar o outro fica maior, porque acaba forçando demais. Mas aos poucos vai se recuperando e se acostumando de novo a jogar.

RE: Já falamos sobre a torcida do Pelotas, mas como vocês encaram ela? Aqui é um caso a parte no interior gaúcho, com bastante participação dos torcedores, e por consequência, mais cobrança. Como que tu vê a importância de ter o torcedor ao lado de vocês?

GG: A cobrança é maior, e estão certos. Pelotas tem que estar na Primeira Divisão do Gauchão. Pra mim é bom, quanto mais eles cobrarem, melhor ainda. A gente tem que mostrar em campo, e essa cobrança pode ajudar a motivar.

RE: Nesse ano, o acesso ficou muito perto do Pelotas. A frustração foi visível nos jogadores, torcida e etc. Agora, tu vai estar presente em campo, e gostaríamos de saber como tu pode ajudar o Pelotas para que o objetivo do acesso seja alcançado?

GG: O que posso ajudar é fazendo gols. Vou treinar bastante pra isso, já não fui embora e fiquei treinando pra isso, pra chegar inteiro ano que vem e ter mais oportunidades. Centroavante vive de gols e pretendo mostrar isso e ajudar o Pelotas a alcançar o acesso.