1994, a única vitória do Brasil em Veranópolis pelo Gauchão

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1994. No esporte, o Brasil finalmente torna-se tetracampeão mundial de futebol. Na Copa dos Estados Unidos, a equipe treinada por Carlos Alberto Parreira, auxiliado por Mário Jorge Lobo Zagallo, não apresentou um futebol vistoso como a seleção de 1982, mas jogando de forma pragmática e eficiente, o escrete canarinho contou com a eficiente defesa formada por Taffarel, Jorginho, Aldair, Márcio Santos e Branco, ou Leonardo, entre os volantes tivemos a presença e a segurança de Dunga e Mauro Silva, mas foi no ataque que o Brasil teve seus grandes destaques, Bebeto e o genial Romário.

O título conquistado nos pênaltis contra a Itália, representou a redenção do futebol brasileiro e ajudou a diminuir a tristeza pela perda do ídolo do automobilismo, o tricampeão mundial de Fórmula 1,  Ayrton Senna da Silva, que partiu no Dia do Trabalhador daquele ano.

Enquanto isso, vimos a realização de mais um Gauchão, o mais longo da História, durou o ano inteiro. Este campeonato teve a participação de 23 clubes que disputaram a competição no sistema de pontos corridos, todos contra todos, turno e returno, em intermináveis 46 rodadas.
Os 14 melhores deste Gauchão garantiriam vaga na Série A da Primeira Divisão de 1995, do 15º até o 22º lugar disputariam a Série B da divisão de elite e apenas o último lugar do certame cairia para a 2ª Divisão, em 1995.

Este Gauchão foi esvaziado até pelo seu futuro campeão, pois o Inter deu preferência à Copa do Brasil e ao Brasileirão, disputando o Gauchão nas lacunas de sua agenda. Mais radical foi o Grêmio, que abriu mão do Gauchão, terminando a competição no 6º lugar. O Tricolor investiu na Copa do Brasil na qual foi o campeão e passou a preparar o time para a Libertadores do ano seguinte, durante o Brasileirão. E até o Juventude que neste ano conseguiu o acesso à Série A do Brasileirão, cumpriu sua campanha no Gauchão depois do término da Série B nacional.

Um campeonato interminável do qual poucos torcedores guardam boas lembranças. Mas foi neste certame estadual que tivemos a estreia do glorioso Veranópolis, clube formado pela fusão de Dalban e Veranense e que foi responsável por colocar a Terra da Longevidade no mapa do bom futebol gaúcho, pois desde aquele 1994, o Veranópolis jamais deixou de disputar o Gauchão.

E o adversário do Veranópolis na abertura do Gauchão de 1994 foi o Grêmio Esportivo Brasil, mesmos times que se enfrentarão nesta sexta, dia 10 de fevereiro, quase 23 anos depois. A partida de 1994 aconteceu numa tarde de domingo, dia 6 de março, no estádio Antônio David Farina. O rubro negro de Pelotas venceu pelo placar mínimo, com um gol anotado pelo meio campista Paulo Alexandre, aos 37 minutos da etapa final.

Esta vitória simples, que é tão pouco lembrada pela imensa maioria da torcida Xavante acabou tornando-se histórica porque foi o único triunfo do time da Baixada na Serra Gaúcha, nos duelos contra o Veranópolis. De 1994 para cá, os dois clubes se enfrentaram mais 4 vezes na região serrana e o Brasil jamais voltou com a vitória. Em 2009, inclusive o rebaixamento do Xavante foi confirmado após uma derrota para o Veranópolis, no Antônio David Farina.

E, embora as equipes contassem com atletas que tiveram certo reconhecimento no futebol gaúcho, casos de Silva, Cássio Ferrari, Marco Aurélio e Cléber Gaúcho do lado rubro negro e do goleiro Gilmar Dal Pozzo, campeão estadual em 2000, pelo Caxias, que defendia o Veranópolis, a principal personalidade que esteve envolvida nesta partida sentou-se no banco de reservas do time da Serra. Era o novato técnico Adenor Bacchi, o Tite, que havia sido o comandante responsável pelo acesso do Veranópolis à principal divisão do Gauchão, acontecido no ano anterior e que disputava o campeonato estadual pela primeira vez.

Hoje, o técnico da Seleção dispensa apresentações, mas em 1994 ele fez sua estreia no Gauchão com uma derrota diante do Brasil. Fato inusitado e histórico.