Confiança e incertezas

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A terceira rodada do Gauchão mostrou-me confiança e incerteza. A confiança vem do lado Grená. Sempre que falei sobre o desempenho do Caxias para a sequência do campeonato, procurava um meio termo positivo do que foi o jogo em Novo Hamburgo, em que quase nada deu certo e a partida contra o Grêmio, em que quase tudo deu certo.

O enfrentamento contra o Internacional no sábado mostrou esse ponto. Imaginava eu um Inter agressivo desde o início, buscando logo fazer o resultado contra o Grená. Foi o contrário. O Caxias que deu as cartas em maior parte do jogo. Seguro na defesa, qualidade no meio e insistente no ataque.

Destaco a afirmação dos quatro homens dali: Marabá, Elyéser, Wagner e Reis. Estes dois últimos com ainda maior destaque. Wagner mostra que é sim referência de qualidade e também em dar boas entrevistas.

Chegou ao ponto de falar no intervalo que “a grande mágoa de D’Alessandro é que ele nunca ganhou de mim”. E não ganhou mesmo! Virou manchete nacional a provocação do bom jogador grená. E isso faz falta no futebol, a autenticidade. Foi muito legal ouvir aquilo. Massageia o torcedor de forma interessante ver e ouvir um dos seus falando e provando dentro de campo.

Aquela falta de comprometimento que vi dele em Novo Hamburgo, se transformou afirmativamente nos confrontos contra a dupla GreNal. E que assim siga.

Já o Reis parece ter ganho a confiança de técnico e torcida. É outro que mostra talento. Nunca deixou a defesa do Inter ter calma. Ao ponto de fazer o gol que garantiu o ponto do Caxias. Todos os setores foram bem, mais uma vez.

E esse tipo de jogo tem de ser aproveitado e mantido até o fim do Gauchão. E em mantendo esta forma, o Caxias é serio candidato a ser, no mínimo, campeão do Interior. Só não pode achar que fazer isso contra os da Capital já é o suficiente.

A incerteza vem do lado alviverde. O Juventude venceu o Ypiranga, fez sua primeira vitória no campeonato. Está entre os classificados do momento. É o que vai para a história e pontuação da competição. Entretanto, o resultado foi obtido mais por incompetência e até burrice do adversário do que por próprio mérito.

O Canarinho de Erechim teve um pênalti a seu favor desperdiçado e um lance bizarro em que dois jogadores estavam com a goleira à frente e um passou para o outro que estava em impedimento. Fora uma bola no travessão.

O Ju venceu, mas foi vaiado com razão pela torcida. Vejo muitos falando diretamente e responsabilizando por completo o técnico Paulo César Parente.

Evidente que ele é o maior responsável. Mas a parcela dos jogadores e também da direção têm de ser pesadas nisto. Falta gente. Falta qualidade maior. Desde o episódio melancólico da aposentadoria de Hugo em meio à competição, passando por problemas estomacais de alguns jogadores, lesão de outros, nem tudo é culpa do treinador.

Enquanto todos não entenderem que existe algo a disputar até o Brasileiro, as atuações vão ser assim, dependendo de uma iniciativa individual como foi o chute de Murilo Costa no lance do gol. Não vai haver revolução tática ou partida de encher os olhos.

Nem vou falar do acontecido na Copa do Brasil, transformado em fiasco nacional, com os chamados “memes” nas redes sociais, utilizando fotos de Muricy Ramalho e até do espetacular Tarcísio Meira…

Joga agora contra o Novo Hamburgo. Não sei como será. Mas temo que tudo recaia somente sobre PC.