Rogério Zimmermann: “Ainda tem bastante coisa para corrigir, é absolutamente normal”

Autor(a):

Na tarde da última quinta-feira (16), o técnico Rogério Zimmermann deu uma coletiva de imprensa no estádio Bento Freitas a respeito da partida contra o Ypiranga pelo Campeonato Gaúcho. Rogério comentou também sobre a partida realizada na terça-feira (14) contra o Criciúma pela Primeira Liga, em que o Brasil conquistou a primeira vitória na temporada por 2 a 1 com dois gols de Gustavo Papa.

Confiança depois da primeira vitória

“Mais confiantes acho que não, na Primeira Liga por exemplo nós estamos com 3 pontos. O Gustavo Papa fez gol agora e eu não vou confiar mais ou menos nele ou na equipe por ter vencido. Não sei se pelo tempo de trabalho, mas acho que já passamos dessa fase de confiança. Essa vitória nos trouxe mais confiança, mas pra mim é normal.  Fizemos um jogo relativamente bom nessa última partida de terça, e independente da situação o que nós queremos na sexta é o resultado.”

Valorização da primeira vitória

“As oportunidades que nós tivemos contra o Veranópolis, nós repetimos e aproveitamos e isso traz o resultado. O que eu gostei é que você transforma em gol as oportunidades criadas. Mas parece que um jogo foi muito diferente do outro em função do resultado, e é verdade, nós temos que analisar assim. Eu analiso isso também, eu sou como vocês, eu sempre valorizo o resultado, isso não quer dizer eu não perceba que os jogos foram muito parecidos. Mas a oportunidade de gol, ela muda o nosso direcionamento. Os jogos são muito parecidos e o resultado positivo ou negativo nos faz conduzir a nossa visão mais pra cá ou mais pra lá. E eu tento como treinador, pela responsabilidade que eu tenho, equilibrar isso.”

O jogo contra o Criciúma como laboratório

“Quando você tem um jogo, você tenta tirar o melhor proveito dele. Foi o que nós fizemos, colocar o Wender, colocar o Thiago que deu passe para o gol, colocar o Galiardo, repetir o Evaldo. Uma pena o Teco não estar em condições. Até porque a diferença entre o Camilo e o Cirilo e do Evaldo para o Teco é muito pequena. Então eu não vi queda de produção do sistema tático, foi muito parecido. E se vocês forem ver, qual foi a parte final do time contra o Cruzeiro? O Lenílson jogou 5 minutos e saiu, aí entrou o Juninho e jogou praticamente todo o tempo. O Aloísio, o Jean e o Bruno na frente. Foi o mesmo quarteto agora contra o Criciúma. Só que ai teve a lesão do Bruno e entrou o Gustavo. Então assim, na verdade nós estamos utilizando todos os jogadores.”

A bola aérea como problema

“É uma questão que tem que se corrigir sim, tem que diminuir muito o número de situações que o adversário conclui. Isso que eu digo assim, talvez o Carlos (Eduardo, goleiro) tenha trabalhado mais que o Martini lá em Veranópolis, mas não teve um lance lá em que o cara entrou sozinho com o Martini e dessa vez teve. Então tem sim, ainda tem bastante coisa pra corrigir e nós vamos estar lá em outubro ou novembro e ainda vão ter coisas para corrigir, é absolutamente normal.”

Troca de comando no Ypiranga

“Assim, não vai ser a mesma equipe. Pode mudar jogadores, pode mudar sistema tático. Chega um treinador que já trabalhou com outros atletas em outros clubes, então ele vai colocar aquele jogador que ele tem mais confiança. Então isso pode alterar alguma situação. Se você vem com o mesmo treinador você tem algumas jogadas já mais pré-determinadas, a movimentação tem um padrão. Mas acho que não vai modificar também muito, porque qualquer treinador que chega também não vai fazer grandes mudanças em poucos treinamentos.”

A posição ao lado de Leandro Leite

“Quando eu coloco o Nem, o João (Afonso) ou o próprio Galiardo não é questão de agradar. Quando eu boto um jogador eu já sei exatamente o que ele vai fazer. O próprio João é um jogador que chegou agora, mas a gente acompanhou ele no Inter e no Criciúma. Quando eu coloco o Nem mais avançado mesmo em casa e eu acho que nós temos condições de fazer isso. Ele é um jogador que é mais solto, cavou o pênalti lá no Beira-Rio e deu dois chutes contra o Veranópolis. Gostei da atuação do João também. E o Galiardo entrou bem, quer dizer, por isso que eu digo da confiança. Eu tenho o Leandro e 3 jogadores desse nível como os três que nós estamos falando e eu estou muito seguro com relação a escolha dos atletas. Todos eles também têm um perfil experiente, então pode jogar um ali ou pode jogar até dois.”

A importância da torcida para o time

“Essa é a nossa força, eu sei que as vezes até fica um pouco repetitivo mas é que nós sentimos muito essa energia ao longo desses anos todos. Evidente que em uma imensidão que tem uma torcida vai ter aquele cara que não gosta disso ou não gosta daquilo. Eu já disso isso, nós estamos ganhando e tem gente que não gosta. Às vezes é mais fácil quando os resultados não estão bons, o futebol fica mais bonito de comentar, de trocar ideia e tal. Que é absolutamente normal, se trabalha a crítica melhor do que o elogio. Isso também tem no segmento de qualquer torcida né, só que a diferença aqui no Brasil é que a grande maioria das pessoas percebe que se incentivar o jogador principalmente quando ele tiver buscando um melhor rendimento e um melhor resultado é principalmente o incentivo que lhe fortalece.”

A questão psicológica para o jogo

“Eu acho isso tão normal no futebol, nós estamos decidindo pra sermos os primeiros e nos classificarmos. Agora nós vamos para o Rio jogar contra o Fluminense para ver qual dos dois passa. A decisão de uma maneira geral, ela pelo menos pra mim e espero que para os meus jogadores não gera uma situação que te inibe, ela é rotineira. A decisão e a cobrança ela gera motivação pra nós, ela não nos inibe. Senão não tem porque você estar no futebol, ou então tu larga o futebol. Se você não quer ter decisões, então é melhor não estar na primeira divisão.”