O que você verá do Lobo em 2017

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Foram seis semanas de trabalho e seria prematuro chegar a uma conclusão definitiva a respeito da equipe do Pelotas formada pelo técnico Marcelo Rospide para encarar a Divisão de Acesso 2017. Entretanto, assistindo aos cinco jogos-treinos realizados foi possível identificar uma série de ideias em desenvolvimento pela equipe. Nesta segunda-feira, às 20h, diante do Avenida, quando o Lobo der início a sua terceira tentativa de retornar ao primeiro escalão do futebol Gaúcho, os conceitos abaixo serão apresentados.

O esquema

A equipe posiciona-se inicialmente no 3-4-3. Cleiton, Tiago Gasparetto e Dante formam a primeira linha; a segunda linha é composta por Mikael pela ala direita e Badé o ala pela esquerda, com Fábio Rosa e Arílson como meias centrais; o setor ofensivo tem Vinícius Martins e Douglas Oliveira nas pontas, enquanto Douglas Mineiro atua centralizado.

Rospide opta por um modelo de jogo que valoriza a posse de bola, a construção do ataque a partir dos jogadores de defesa e incentiva ao jogo apoiado – com os atletas próximos ao portador da bola projetando-se em espaço vazio, criando opções de passe. A ligação direta é apenas utilizada em casos de grande perigo de gol do adversário e o passe longo somente em inversões de jogo.

(Foto: reprodução TacticalPad)
Lobo irá iniciar a Divisão de Acesso no 3-4-3 (Foto: reprodução TacticalPad)

Organização ofensiva

Em quatro dos cinco jogos da pré-temporada, os adversários organizaram uma marcação médio ou baixa, sem exercer pressão na saída de bola áureo-cerúlea. Elementos que deram liberdade para os zagueiros avançarem de 20 a 30 metros no campo de defesa com a bola dominada, habituando a equipe a atuar em linha alta. O rival que adiantou a marcação, fechou as linhas de passe e, consequentemente, dificultou a saída de bola do Pelotas no primeiro tempo foi o Cerro Largo. A ação forçou maior colaboração dos volantes e alas na construção do ataque.

Os meio-campistas Fábio Rosa e Arílson são as peças responsáveis pela criação e movimentos de apoio. Os alas Mikael e Badé posicionam-se em amplitude, abertos pelos lados, com a finalidade de abrir a defesa adversária, enquanto os pontas Vinícius Martins e Douglas Oliveira flutuam por dentro e Douglas Mineiro atua como referência. Essa dinâmica cria uma linha de cinco jogadores (dois alas + três atacantes), proporcionando alternativas de passe e dificultando a marcação adversária

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“A linha de cinco ofensiva favorece o ataque posicional, facilitando a circulação de bola devido à permanência dos alas na amplitude e dos volantes no retorno. Enquanto isso, o trio de zagueiros também abre, proporcionando que a circulação se dê desde a primeira linha caso seja necessário, encontrando mais de uma alternativa para trocar o corredor e manter a posse”, observa o analista de desempenho do Grêmio, Eduardo Cecconi.

Transição defensiva

Buscando evitar que o adversário permaneça com a bola por muito tempo, a ordem é executar o perde-pressiona e recuperar a posse o mais rápido possível. Após a perda da pelota, o jogador do setor executa a pressão no oponente portador da bola e os colegas aproximam-se para negar espaços. É uma dinâmica que exige bastante intensidade dos jogadores. Nesse quesito, houve oscilações ao longo da pré-temporada. A partir de agora, o clima de competição será favorável.

Transição ofensiva e organização defensiva

O Pelotas foi pouco atacado ao longo da pré-temporada. Como citado no início do texto, a maior parte dos adversários (amadores e profissionais) optou pelo jogo reativo. Desta maneira, raras foram as vezes em que o Lobo teve a disposição um contra-ataque ou foi obrigado a se postar na defesa.

Para a transição, o conceito é de bolas rápidas para os alas Mikael e Badé e os pontas Vinícius Martins e Douglas Oliveira. Em termos de posicionamento defensivo, o 5-4-1. Alas recuam para a linha de defesa e pontas recuam para a linha do meio.

(Foto: reprodução TacticalPad)
Organização defensiva em 5-4-1 foi pouco usada na pré-temporada (Foto: reprodução TacticalPad)