Opinião: Um voto de confiança em Dal Pozzo

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Os bastidores do Pelotas nesta segunda estavam cercados de especulações sobre a saída ou não de Gilmar Dal Pozzo. O voto de confiança de Bopp e de toda a direção áureo-cerúlea dá a entender que é possível mudar “sem grandes modificações” – como ocorreu em 2010, com Beto Almeida após a derrota para o Caxias em casa. Se o plano dará certo, só o tempo dirá, mas o fato é que Gilmar Dal Pozzo terá sua última chance de tentar dar a volta na situação, e há realmente MUITA coisa a ser mudada no Pelotas de 2011.

A expectativa da torcida, da imprensa e da própria direção era por uma equipe que jogasse um grande futebol, até pelo alto investimento que o clube realizou. Isto ainda não aconteceu, com atuações que nos colocam em dúvida sobre a real condição do elenco. Analisando desempenho, vejo um Pelotas fraco tanto coletivo quando individualmente, mas sempre é bom ressaltar que só num time organizado taticamente aparecem as individualidades. Gilmar ainda não conseguiu encontrar o seu 11 ideal, e não consegue realizar um bom trabalho com o que tem. O time tem deficiências graves atrás e toma gols “bobos”, como já definiram Sotilli e Tiago Duarte, além de falhas nas jogadas de flanco e na articulação de um modo geral.

Excetuando os atacantes, os atletas áureo-cerúleos não estão rendendo o que podem e o que sabemos que eles tem condições. Os principais casos são de Léo Dias e Miro Bahia, que vieram sob grande expectativa e pouco produziram até o momento. A lateral-esquerda é um problema desde 2010, e não se resolveu com Robinho, que oscila junto ao irregular Alan, capaz de desnortear os adversários em algumas apresentações e se omitir em outras. Na direita o problema também já é conhecido há tempos: Jonathan tem dificuldades no apoio, e João Rodrigo ainda não repetiu as atuações dos tempos de Brasil e Ypiranga.

Gilmar tem uma grande parcela de culpa pelos maus resultados no momento em que mexe demais na equipe, que no meu ponto de vista ainda oscila. O sistema usado em praticamente toda a pré-temporada – o 4-4-2 com um losango no meio – recém foi adotado novamente, com a entrada de Makelele. Mesmo assim, a falta de condições ideais do volante e de Gavião faz com que Dal Pozzo tenha que abdicar desta sistemática em um determinado momento das partidas. A tentativa com dois meias teve por intuito melhorar a armação, mas isto não aconteceu, já que Miro Bahia e Léo Dias repetem as pífias atuações jogo após jogo. Jonathan, Léo Dias e Miro Bahia foram os “eleitos” da torcida para os resultados ruins, o que ficou comprovado nas vaias da torcida aos três durante o jogo-treino de hoje à tarde. Cabe a Gilmar a decisão de tirá-los ou mantê-los na equipe, aí sob o risco do treinador vir a arriscar o próprio pescoço.

Vejo Clodoaldo e Cléber – que não tem sido nem relacionado – em condições ideais para entrar na equipe e contribuir de maneira mais efetiva do que os atuais titulares. A entrada do baixinho veloz poderia representar uma mudança de sistema tático, no caso para o 4-3-3, ou a passagem dele ou de Tiago Duarte para a articulação, uma improvisação que julgo pertinente neste momento. Já o vigoroso Cléber poderia ocupar o lado direito, ou entrar no meio, com Makelele fazendo a função de lateral.

Miro Bahia: um dos alvos da torcida áureo-cerúlea

Baladas

Jogadores de futebol, como nós, gostam de uma noite. Eu gosto bastante e sou freqüentador, admito. Mas na condição de pessoas públicas, é dever dos jogadores se preservar, principalmente quando os resultados das suas equipes não são os ideais. Se o Pelotas estivesse ganhando, logicamente a agitada vida noturna dos atletas não estaria em evidência, mas como a situação é ruim, estas notícias vêm à tona. O que alguns tem que entender é que o torcedor é passional, ama o seu time, sustenta o clube e faz de tudo por ele. Por isso, baladas e aventuras noturnas entre uma derrota e outra dão a este torcedor à impressão de que há falta de comprometimento por parte de alguns profissionais.

Eu não gosto de julgar as pessoas, nem sou mãe de ninguém para monitorar o comportamento noturno dos atletas, nem vou sair fazendo isso. Sou pago para analisar o jogador dentro de campo, e dentro de campo muitos dos representantes áureo-cerúleos não tem rendido o esperado. Espero sinceramente que Dal Pozzo consiga resolver os problemas do clube e dar um jeito na situação, para que a expectativa que se tinha sobre o Pelotas antes do início da competição venha a se confirmar.

Um comentário em “Opinião: Um voto de confiança em Dal Pozzo”

  1. Parabéns matheus! na minha opinião a tua análise tá perfeita! concordo 100%!
    Mas que fique claro que a torcida vai começar a cobrar mais desses jogadores quem vivem na noite, ninguém é mãe de ninguém, mas tem jogador que ganha um baita salário para gastar tudo na noite e nao render absolutamente nada dentro do campo… e o senhor bopp defende eles… portanto somente a TORCIDA DO PELOTAS pode dar um basta nessa palhaçada. e todos já sabem que isso ja começou no porto na ultima quinta… E VAI SE REPETIR!!!!!!! Jogador nenhum é maior que o ESPORTE CLUBE PELOTAS

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