Retrospectiva RE: o Fantasma de Badico

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Por Pedro Petrucci

Faltam poucos dias para terminar mais um ano e, além de planejar o ano que virá, é hora de relembrar todos os fatos que marcaram o trio Bra-Far-Pel em 2012. Depois de diversas competições, alegrias, tristezas e polêmicas, nenhuma das equipes conseguiu atingir seu principal objetivo. Porém, apesar da profecia Maia, o mundo não acabou e as perspectivas para 2013 são as melhores, deixando o torcedor pelotense esperançoso.

A Retrospectiva RE de hoje vai contar como foi o ano do Farroupilha. Você, leitor, lembra como foi?

Badico comemora um gol: ele foi um dos grandes responsáveis pela campanha do Farroupilha

A temporada 2012 começou ainda em 2011 lá pelas bandas do Fragata. Sempre com Coronel Poeta no comando e os incansáveis César Lima e Darlan Berneira na retaguarda, no início do mês de novembro a direção do Fantasma confirmou Rinaldo Lopes, o Badico, como treinador. Aos poucos chegaram Daniel Miron, para a preparação física, Ceará Jr., preparador de goleiros, e diversos jogadores. Com isso, antes dos feriados de Natal e Reveillon o tricolor já tinha 80% de seu elenco montado, mesmo faltando dois meses para a única competição que o clube disputaria no ano: a Série A2 do Gauchão. O objetivo inicial era evitar o rebaixamento para a Segunda Divisão. A missão era difícil, entretanto, teve êxito, mesmo com alguns percalços.

Dia 04/03 marcou a estreia do Farroupilha na competição. O Nicolau Fico esteve lotado para clássico contra o Brasil. A derrota por 1 a 0 não abalou os jogadores e muito menos a comissão técnica, mostrando convicção no que fora projetado. “A equipe tem coragem. Mesmo diante de um grande adversário não se acovardou. Não vai ser uma derrota contra uma equipe favorita que vai nos prejudicar. Estamos tristes pelo resultado, mas confiantes na competição”, disse o técnico Badico após o embate ante o Xavante.

Gileno atuou em poucos momentos, porém decisivos

Apesar da confiança, a primeira vitória saiu apenas na quinta rodada, quando Fábio Alemão marcou o único gol do jogo contra o São Paulo. Antes disso, o grupo ganhara o reforço do artilheiro Jone, deixado de lado pelo Brasil, mas também teve que conviver com os problemas extracampo de Tiago Treichel e até um pedido de demissão do técnico, não acatado pela diretoria. Todavia essa vitória frente ao Leão do Parque melhorou o ânimo no Fragata e equipe começou a emplacar bons resultados. O ápice foi a goleada de 4 a 0 sobre o Inter-SM, quando Gileno, o craque mototaxista, entrou no segundo tempo e foi o grande destaque daquela tarde.

Com o decorrer do campeonato a equipe foi reforçada por Evandro Rodrigues, Marco Antônio, Clodoaldo e o experiente volante Carlos Alberto. Eles deram mais opções ao técnico Badico, que convivia com suspensões e lesões. Contudo os resultados em campo passaram a ser oscilantes, e o tricolor ainda corria risco de rebaixamento quando foi ao estádio Bento Freitas enfrentar o líder Brasil, pela última rodada da primeira fase. Entretanto, a derrota por três gols a zero não rebaixou nem eliminou o “Campeão de 35” do certame. Pelo contrário: a equipe terminara classificada para a segunda fase, em quinto lugar, devido ao resultado negativo da Riopardense.

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O zagueiro/goleiro Heberson entrou para história do Bra-Far ao defender um pênalti

Nesse Bra-Far do dia 5 de maio houve um lance memorável. O Farrapo já era derrotado por 3 a 0 quando o arqueiro Fernando Costa deu bobeira dentro da área e foi obrigado a derrubar o atacante rubro-negro que lhe roubou a bola. Pênalti e expulsão. Como o tricolor já havia feito as três substituições possíveis, coube ao zagueiro Heberson colocar as luvas e ir para a meta. Alex Goiano bateu no canto esquerdo do goleiro, digo, zagueiro, que chegou lá e defendeu. O lance ficou na história dos clássicos e deu uma pitada de alegria para a torcida Fantasma, decepcionada com o resultado negativo.

Com a principal meta assegurada, os comandados de Badico eram francos atiradores na segunda fase. Tendo bons resultados dentro de casa e quebrando algumas barreiras – como a vitória de “lavar a alma” sobre o Santo Ângelo – eles surpreenderam a todos e chegaram “quase” lá. Eu disse quase porque foi por pouco que o Farroupilha não chegou ao quadrangular decisivo.

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A união do grupo foi um dos principais fatores para o sucesso do Farrapo

Na última rodada, o tricolor fragatense foi visitar o já eliminado Glória precisando de uma vitória simples para classificar-se. Entretanto, ainda não foram achadas explicações para o que aconteceu em Vacaria. A derrota acachapante – com direito a sumiço de Evandro Rodrigues e expulsão precoce de Alex Martins – pelo placar de 5 a 0, somada a vitória do Guarani de Camaquã sobre Santo Ângelo, deixou o Farrapo em terceiro lugar, eliminado.

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Jone (centro) foi o artilheiro do tricolor em 2012

O final melancólico não apagou o surpreendente trabalho da comissão técnica de Badico e de seus comandados. Destaque para o atacante Jone, o cão de guarda Max e o meia Marco Antônio.

Em 2013 é a vez de Luizinho Vieira comandar o clube. Ainda não foi anunciado nenhum jogador contratado, todavia muitos que estiveram no Nicolau Fico em 2012 podem aparecer para o ano que vem. É bem verdade que alguns deles já assinaram por outros clubes, porém Luizinho é experiente e deve apresentar um Fantasma forte em breve.

Confira segunda-feira (31) as retrospectivas 2012 e Pelotas e Brasil aqui no Rede Esportiva.