Retrospectiva RE: Final quase feliz

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Por Pedro Petrucci

Faltam poucos dias para terminar mais um ano e, além de planejar o ano que virá, é hora de relembrar todos os fatos que marcaram o trio Bra-Far-Pel em 2012. Depois de diversas competições, alegrias, tristezas e polêmicas, nenhuma das equipes conseguiu atingir seu principal objetivo. Porém, apesar da profecia Maia, o mundo não acabou e as perspectivas para 2013 são as melhores, deixando o torcedor pelotense esperançoso.

A Retrospectiva RE de hoje vai contar como foi o ano do Brasil. Você, leitor, lembra como foi?

Time que venceu o Bra-Far: as caras mudaram muito ao longo do ano

Quase 40 jogadores, três treinadores, mudanças na diretoria, derrota nos tribunais e eliminações dentro de campo. O torcedor Xavante sofreu em 2012! No entanto, a vitória no clássico Bra-Pel e a classificação para a Copa do Brasil, devido ao vice-campeonato na Copa Hélio Dourado, serviram como prêmio de consolação.

A primeira competição do Brasil no ano foi a Série A2 do Gauchão. Foi mantido Luizinho Vieira como treinador e Lúcio Collet ficou na direção executiva de futebol. Após a pré-temporada em Canguçu, o rubro-negro estreou no estadual vencendo o clássico Bra-Far no Nicolau Fico. No decorrer da primeira fase, apesar de alguns tropeços e muitos atletas lesionados, o time vinha bem e era líder do grupo. Entretanto uma derrota em casa para o lanterna Guarani de Venâncio Aires acabou levando tudo por água abaixo. Luizinho foi demitido e para o lugar dele foi contratado justamente Marcelo Rospide, que era técnico do rubro-negro de Venâncio.

A trajetória do ex-técnico do Grêmio no Bento Freitas foi muito pior que a do ídolo Luizinho. Mesmo tendo recebido reforços que antes tinham atuado pela Série A – entre eles Fabiano Eller – e a classificado para a etapa seguinte do certame, na segunda fase o sonho do acesso ficou bem mais longe. Duas derrotas – para União Frederiquense, fora de casa, e para Brasil de Farroupilha, na Baixada – determinaram a demissão de Rospide.

Zimmermann foi o comandante no segundo semestre

Esse foi o momento de maior turbulência no clube. Alguns dirigentes se afastaram e houve a reaproximação da velha guarda, como Cláudio Montanelli e Homero Klauck. No comando técnico, Rogério Zimmermann, treinador que já havia tido sucesso no clube anteriormente e era (continua sendo) uma amidalite aguda de boa parte da imprensa esportiva local.
A missão de Zimmermann foi tentar classificar um quase eliminado e desmotivado elenco Xavante. A reação veio, porém não a tempo, e o acesso, principal objetivo do clube, teve que ser adiado.

Em meio essa fumaça o departamento jurídico tentava resolver outros problemas. Após a perda de pontos pela escalação de um jogador irregular em 2011, que acabou rebaixando o time para a quarta divisão nacional, o rubro-negro tentava na justiça a anulação da punição, porém a novela não teve um final feliz e o clube teve que jogar a Série D.

Para o Brasileiro o grupo foi novamente reforçado. Washington, Moisés, Gustavo Papa, Marcos Paraná, Márcio Jonathan, Matão e outros chegaram com o aval de Rogério, contudo restou a eles jogar a Copa Hélio Dourado, já que a quarta divisão durou pouco. O Brasil ficou em 4º lugar no grupo A8 e despediu-se na primeira fase.

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Fabiano Eller observa o chute de Marcos Paraná morrer no fundo das rede no Bra-Pel

Na Copinha a história foi outra. Com um elenco bastante superior aos adversários da primeira fase, o Xavante levou a Taça Fronteira, relativa ao primeiro lugar no grupo da fase inicial. Destaque para a vitória por 1 a 0 no clássico Bra-Pel do estádio Bento Freitas, com um golaço de Marcos Paraná.

Com diversas promoções para atrair o torcedor para a Baixada – sorteio de prêmios, doações de sangue e alimentos – e sérios problemas financeiros – três meses de salários atrasados, o elenco se uniu e foi avançando nos mata-matas, até chegar a final contra o Juventude.

Na serra gaúcha, Márcio Jonathan (o artilheiro do time na Copinha) até colocou o Brasil na frente, todavia o Ju virou e venceu o primeiro capítulo da decisão. Na volta, com o Bento Freitas lotado, o time de Zimmermann tentou, tentou, mas não tirou o zero do marcador e o título ficou com a Papada.

Assim, em um final de ano quase feliz, o vice-campeonato credenciou o rubro-negro a disputar a Copa do Brasil, pela primeira vez, em 2013. Para o ano quem vem por aí, 11 jogadores já renovaram contrato e Rogério Zimmermann também. Lúcio Collet, que desde a chegada de Rogério estava afastado dos holofotes, desligou-se do clube. Entretanto, foi contratado Fabrício Marin. A função dele será administrativa, porém a missão de todos será a mesma: levar o Brasil a primeira divisão.

Confira também as retrospetivas do Farroupilha – O Fantasma de Badico e do Pelotas – Natal listrado.