O Bra-Pel 354, desta quinta-feira (26/9) era encarado quase como uma guerra. Clássico, valendo título, não podia ser diferente. Principalmente se sua equipe estava a mais de uma década sem ganhar do rival. O Pelotas colocou tudo isso no peito, e entrou em campo disposto a rasgar esta escrita, e rasgou. Contando com a ajuda de Bruno Coutinho, que como um maestro, comandou o Pelotas na incontestável vitória por 3 a 0 e ajudou a levantar o trofeu do primeiro turno da Copa Fronteira Sul, na casa do rival. Além de chutar para bem longe, a seca de clássicos.
COMEÇO MOVIMENTADO
Diferente do primeiro clássico da final, onde as chances de gol foram escassas. O Bra-Pel 354 foi eletrizante do início ao fim, e bem do início, diga-se de passagem: logo aos 30 segundos, Paraná finalizava de fora da área obrigando Luiz Muller a fazer a defesa, criando a primeira oportunidade de gol do jogo. A resposta veio na sequencia, Wender faz boa jogada e cruza para William Kozlowski que finaliza mal.
A primeira chance clara de gol, veio aos sete minutos, de novo com Paraná: dessa vez em cobrança de falta que passou a milímetros da trave de Luiz Muller.
O áureo-cerúleo era melhor na partida, e teve outra chance clara de gol aos nove minutos, após contra-ataque armado por Bruno Coutinho, Digão cruzou, a bola sobrou para Jeferson Luis que chutou para fora. A resposta xavante só veio aos 20 minutos, em cobrança de falta de Rafael Forster, Eder Machado desviou de cabeça e Paulo Sérgio evitou o gol em excelente defesa.
SUPERIORIDADE RESULTA EM GOL
Só dava Lobão no clássico. Aos 24 minutos, Edson Borges quase abriu o placar: após cobrança de escanteio rasante o capitão áureo-cerúleo pegou de primeira explodindo a bola no travessão.
Mas aos 28 minutos, a superioridade áureo-cerúlea finalmente surtiu efeito. Felipe Garcia ganha na velocidade do marcador e faz jogada espetacular pelo lado esquerdo, driblando Leandro Leite e Cirilo, e rola pra trás. Bruno Coutinho domina, dribla o marcador e de perna direita manda um lindo e indefensável chute no ângulo de Luiz Muller. 1 a 0 Pelotas para o completo delírio dos torcedores áureo-cerúleos presentes.
BRASIL PRESSIONA, PAULO SÉRGIO SALVA
Após o gol, o Pelotas se conteve a marcar a equipe rubro-negra. A equipe da casa, precisando de dois gols para ser campeã, passou então a absorver o apoio da torcida e ir para cima do rival. Logo aos 33 minutos, Rafael Forster cobrou falta no ângulo, mas Paulo Sérgio voou como um gato e salvou o gol de empate. Paulo Sérgio salvou também aos 42 minutos, após cobrança de lateral, William Kozlowski tocou de cabeça para Eder Machado que faria o gol, se não fosse a rápida intervenção do arqueiro áureo-cerúleo.
O segundo tempo começou da mesma forma que terminou o primeiro: pressão rubro-negra! Aos sete minutos, após cobrança de escanteio, o rebote veio parar em Eder Machado, que chutou muito perto do gol. Mas o nome do jogo naquele momento era Paulo Sérgio: foi ele que salvou chute de Gustavinho aos 11 minutos, após cobrança de escanteio. O goleiro ainda salvou outra, em cobrança de falta do mesmo Gustavinho aos 17 minutos.
BRUNO COUTINHO SE CONSAGRA E DÁ O TÍTULO AO PELOTAS
Até o mais desprovido de conhecimentos futebolísticos sabe disso: “Quem não faz, leva!” O Brasil pressionava, mas aos 19 minutos, como em uma facada mortal, o Pelotas ampliou o placar, e praticamente definiu o clássico. Em cobrança de falta de Bruno Coutinho, Pedrão desvia, e a bola acaba sobrando para Gilmar no segundo pau. O centroavante que ainda não havia marcado com a camiseta áureo-cerúlea, marcou! 2 a 0 no placar, e a torcida do Pelotas já gritava que era campeã.
O Brasil tentou ir para cima: Joelson entrou no lugar de William Kozlowski, mas não era uma noite feliz mesmo para o Xavante: aos 25 minutos Eder Machado chutou com perigo, Paulo Sérgio fez ótima defesa (outra) e a bola sobrou nos pés de Joelson, o atacante que havia feito uma boa estreia contra o Bagé, errou em bola com o gol escancarado a sua frente, jogando fora o gol e a paciência do torcedor rubro-negro.
Mas ainda estava vindo a pá de cal, carregada por ele, Bruno Coutinho. Felipe Garcia aproveita bobeada de Rafael Forster e dá outra assistencia ao camisa 10 áureo-cerúleo. Coutinho domina, dribla Cirilo e com extrema categoria dá um tapa deslocando de Luiz Muller, decretando a goleada, o título e rasgando o jejum áureo-cerúleo de mais de uma década sem vencer clássicos.
CONFUSÃO NA TORCIDA E PARTIDA ENCERRADA
Logo após o terceiro gol, a grande maioria dos torcedores rubro-negros tomava o caminho dos portões do estádio para ir pra casa, enquanto o lado áureo-cerúleo fazia uma grande festa. Até que um torcedor xavante invade o campo e agride inexplicavelmente o assistente Jorge Bernardi, causando uma grande confusão entre Brigada Militar e torcida.
Alegando falta de segurança o árbitro Márcio Chagas da Silva decretou o fim do clássico aos 35 minutos do segundo tempo. Dando assim, o título ao Pelotas, que vibrou muito no Bento Freitas, pelas ruas da cidade e em frente ao estádio Boca do Lobo.
Com o título do primeiro turno, o Pelotas se garante na final da Copa Fronteira Sul, onde enfrentará o campeão do segundo turno. Caso ganhe, também, o segundo turno, o Lobão é automaticamente campeão regional, e assim se classifica para a SuperCopa Gaúcha.
ficha técnica
COPA FRONTEIRA SUL
BRASIL 0×3 PELOTAS
Local: estádio Bento Freitas
Arbitragem: Marcio Chagas da Silva, auxiliado por: Alexandre Kleiniche e José Eduardo Bernardi
Cartões Amarelos: Brasil: Rafael Forster ; Pelotas: Pedrão, Jovane, Digão, Paraná e Felipe Garcia
Gols: Bruno Coutinho aos 28 do primeiro tempo, Gilmar aos 17 do segundo tempo e Bruno Coutinho aos 30 do segundo tempo
Brasil: Luiz Muller; Wender, Cirilo, Fernando Cardozo e Rafael Forster; Leandro Leite, Washington, Gustavinho(Gustavo Papa), William Kozlowski(Joelson) e Cleiton; Eder Machado. técnico: Rogério Zimmermann
Pelotas: Paulo Sérgio; Tiago Gaúcho, Pedrão, Edson Borges e Digão; Jovane, Paraná, Bruno Coutinho e Jéferson; Gilmar(Bruno Salvador) e Felipe Garcia; técnico: Paulo Porto