Opinião: A bela estreia Xavante

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Marcação boa e ótima bola parada, fizeram de Marangón o destaque da partida

Antes que questionem, respondo: a atuação do Brasil não foi belíssima. Nem mesmo bela, como coloquei no título. Uso o adjetivo para qualificar a importância do resultado, em uma estreia, diante do torcedor e contra uma equipe inteligente.

O 14 de Julho esteve todo o tempo ciente de suas limitações. Reconhecia, desde cedo, que o empate provavelmente seria o melhor que poderia levar a Santana do Livramento. Mas, mesmo adotando todas as melhores estratégias para segurar uma equipe forte como a do Brasil, voltou para sua cidade como chegou em Pelotas: sem nenhum ponto.

Antes de avaliar o Brasil, então, para melhor análise do rubro-negro pelotense, vamos analisar o Leão da Fronteira. Um time simples, sem grandes jogadores. No entanto, capaz de oferecer resistência pelo comprometimento dos jogadores com a proposta do seu treinador, o uruguaio Julio Fuentes. O adversário do Brasil, ontem, se propôs a defender. Jogar quando o Xavante oferecia brechas, no contra-ataque, com o velocista Luis Paulo, era a intenção. E isso aconteceu nos minutos iniciais da partida. Fora isso, o negócio era marcar, se fechar, não tomar gol.

O Brasil obviamente atacaria. Por jogar em casa, ter mais tradição e, claro, ter mais qualidade. Como encontrou um adversário que oferecia resistência, teve dificuldades para chegar ao gol. Dificuldades, também, quando Luis Paulo era lançado em velocidade contra os dois zagueiros lentos e que demonstravam dificuldade em freá-lo. Preocupou? Não tanto no jogo, pois o Xavante controlou boa parte da partida, mas se isso ocorrer com frequência, preocupará – é o primeiro alerta que a estreia proporcionou.

Hélio Vieira levou para campo o mesmo time que utilizou nos últimos testes

Como o Brasil controlava a posse de bola, podia atacar mais, e os erros na defesa não apareciam tanto. Assim, o Brasil chegava à frente. Com poucos espaços perto da área, a opção era finalizar de longe. E felizmente o Brasil hoje está muito bem servido disso. Têm muitas opções para o quesito: Galego, Clayton, Moscatelli, Cinval. E principalmente Felipe Oliveira e Marangón. Os melhores ontem à noite, com destaque ainda maior para o segundo.

O volante Leandro Marangón é o homem da bola parada. Aqui, é necessário reconhecer os méritos de Hélio Vieira, que tirou Wilson após alguns jogos de teste, e colocou este ótimo jogador. O Brasil com ele perde um pouco de poder de marcação, mas ganha uma chegada à frente de muito mais qualidade, bem como na bola parada. Ontem, com um passe espetacular para Galego, daqueles que só quem entende muito sabe fazer, o Brasil pode chegar ao seu primeiro gol. O lateral-esquerdo só precisou cruzar para Felipe Oliveira abrir o placar. Depois, o cruzamento certeiro de Marangón no escanteio, foi o responsável pela vitória Xavante.

O gol do 14 de Julho, sinceramente, não me preocupou em relação ao suposto erro de Adilson. Foram poucos segundos para o goleiro do Brasil reagir. Como a bola foi em cima dele, ele rebateu, sem tempo para agarrar firme ou espalmar para o lado. Se a redonda fosse para algum canto, era gol, e Adilson nem reagiria. Falha? De quem permitiu que o jogador cabeceasse, não do goleiro.

O atacante Clayton foi discreto. Não foi mal, pois prendeu com ele defensores e assim desafogou a marcação sobre outros jogadores. Mas não conseguiu finalizar uma bola sequer em boas condições, o que também serve de alerta. A vitória não pode mascarar problemas, por menor que eles sejam. Este foi um caso. É necessário um ajuste para que o centroavante possa finalizar mais e em melhores condições nos jogos sequentes.

De qualquer forma foi uma bela estreia. Não pela atuação, repito. Quando o adversário oferece resistência é complicado golear – mesmo quando as previsões são de placar mais amplo e o adversário é limitado. Dessa forma, sempre que o Brasil encontrar um adversário competente, como o 14 de Julho, que apesar de ter um time modesto se defende com competência, o importante será a vitória. Ontem, ela veio. Por isso avalio como um belo resultado.

4 comentários em “Opinião: A bela estreia Xavante”

  1. Renan, sabes me dizer o publico total da partida? no balanço final, da rádio gaucha, falaram em 7000 pessoas. confere esse numero?

    1. Não sei responder, Tauê. Prefiro fugir deste assunto que não tenho obrigação de saber, pelo menos enquanto não sai os dados oficiais.
      Valeu por acessar o site, abraço!

  2. O público foi de 7000 torcedores, alias que outro clube colocou isto em abertura de segundona …. Só A MAIOR E MAIS FIEL . O Renan so não fala o público pq os lobinhos vão ficar enchendo o saco, lobinhos que só vão a Boca Do Lixo com portão entreaberto, ingresso a 5 pila e se acham grande coisa KKKKKKK

  3. Como vencer é o que interessa foi feito o necessário,embora as limitações do adversário em todos os sentidos.

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