“O Brasil não sai do Bento Freitas”, afirma Montanelli

Autor(a):
Clube espera estádio lotado no confronto contra o Flamengo, válido pela Copa do Brasil (Foto: Julia Andrade - Rede Esportiva)
Clube espera estádio lotado no confronto contra o Flamengo, válido pela Copa do Brasil (Foto: Julia Andrade – Rede Esportiva)

Como tudo no mundo capitalista, o futebol virou um grande negócio. As instituições esportivas, por vezes, se confundem com as financeiras. Com o fortalecimento dos empresários no esporte, muitos clubes de tradição e torcida acabam dando lugar a clubes de aluguel.

Uma ação que está se tornando cada vez mais comum no futebol brasileiro é empresários comprarem o mando de campo das partidas. Na Série B do ano passado, o Atlético Goianiense recebeu o Vasco longe de Goiânia. Levou o jogo para Brasília, onde teria maior participação da torcida vascaína; e com isso, mais lucro. Inclusive já houve negociações para o Gre-Nal no Campeonato Gaúcho ser realizado nos Estados Unidos, ideia de Francisco Novelletto.

Nas ondas das especulações, fala-se que o jogo de ida entre Brasil contra o Flamengo pela copa do Brasil – confronto que reeditará o histórico confronto entre as equipes em 1985, que valeu ao Xavante avançar à semifinal do Campeonato Brasileiro daquele ano -, será transferido de Pelotas para outra cidade, pelo valor de 1 milhão de reais.

No entanto, o Brasil tratou logo de espantar essas especulações. Em entrevista à Rádio Universidade, Cláudio Montanelli, diretor de futebol do clube, negou qualquer possibilidade do Xavante entregar o seu mando de campo. “Não vamos entregar a chance de jogar a Copa do Brasil dentro da nossa casa. Lutamos muito para chegar até aqui”, afirmou.

O dirigente tratou de deixar claro que, por enquanto, tudo o que existe são boatos. “O que a gente sabe são especulações. Não tem nada de oficial. Mas mesmo que tivesse algo oficial, independente do valor, nós não aceitaríamos. Não existe nenhuma possibilidade do Brasil sair do Bento Freitas”, declarou.

Montanelli fez questão de destacar a parceria entre o clube e o torcedor. Os sócios e também os torcedores que pagam ingressos para assistir os jogos são os responsáveis pela sobrevivência do Xavante. “O Brasil não é uma instituição jurídica isolada. O Brasil é principalmente o torcedor, o sócio, os conselheiros, que querem acompanhar o time dentro da sua casa. Nós vamos jogar no Bento Freitas e esperamos que a casa esteja na lotação esgotada”, falou. “O que nos mantém vivo no dia a dia é o torcedor que sempre nos acompanha. Não podemos virar as costas para eles”, encerrou.

Portanto, o negócio futebolístico não tirará do torcedor xavante a possibilidade de assistir na própria cidade o histórico confronto deste ano.   “A menos que paguem viagem, hospedagem e ingresso para os 16 mil torcedores que lotarão o Bento Freitas”, brincou Montanelli.