Felipe Garcia e Ramon marcam, Brasil supera Bragantino e sobe na tabela da Série B

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Mais um dia de Série B acabou com final perfeito na Baixada. Desta vez, diga-se, foi noite. Nesta terça-feira (24), a vítima do Brasil veio de Bragança Paulista. Os gols de Felipe Garcia – em grande fase – e Ramon selaram a vitória de 2 a 0 sobre o Bragantino.

Devido ao placar favorável, o Xavante figura, momentaneamente, no G4 do campeonato. São seis pontos somados em três rodadas, números que colocam a equipe na quarta colocação por enquanto. O próximo compromisso do Vermelho e Preto está marcado para às 20h30 de sexta (27), em Itumbiara, diante do Goiás.

Com três derrotas em três partidas, o Massa Bruta amarga a lanterna do torneio. Ainda com técnico interino, a equipe paulista recebe o Tupi, no sábado (28), às 21h.

A torcida rubro-negra presenciou uma novidade quando as equipes aqueciam no gramado da Baixada: o novo sistema de som do estádio. No anúncio da escalação do Brasil, Diogo Oliveira e Rogério Zimmermann foram os mais aplaudidos. No que diz respeito ao jogo, o comandante escolheu os mesmos 11 titulares das duas partidas anteriores válidas pela Série B, sem surpresas.

Durante a primeira metade do embate, um susto. Um food-truck localizado entre a arquibancada móvel e a destinada aos visitantes teve princípio de incêndio. Com isso, uma fumaça tomou conta do ambiente. Em seguida, porém, o fogo foi controlado e a calma se instaurou novamente, apesar da pausa nas vendas.

Foto: Gustavo Pereira/Rede Esportiva
Foto: Gustavo Pereira/Rede Esportiva

Primeiro tempo movimentado termina com vantagem xavante

Antes do cronômetro bater a marca de dois minutos, o Brasil já ameaçou. Diogo Oliveira puxou belo contragolpe e acionou Marlon na esquerda. Com liberdade, o lateral cruzou rasteiro. Jesiel rebateu nos pés do camisa 10 xavante, que, com liberdade, finalizou nas mãos de Felipe.

Torcedores ainda chegavam ao Bento Freitas quando, mais uma vez, o placar foi aberto nos minutos iniciais. Assim como contra o Paraná, brilhou o homem da camisa 7. Aos oito, Washington descolou lindo lançamento em profundidade para Ramon. Pela esquerda, o veloz atacante vermelho e preto dominou, olhou e cruzou. Em meio aos zagueiros, Felipe Garcia, novamente iluminado, cabeceou de peixinho para o fundo das redes alvinegras: 1 a 0.

Foto: Jonathan Silva/G.E. Brasil
Foto: Jonathan Silva/G.E. Brasil

Após o tento sofrido, o Massa Bruta tentou empurrar as linhas de marcação rubro-negras em direção à meta de Martini. Fechando bem os espaços atrás, o Brasil voltou a assustar em contra-ataque. Marcos Paraná achou Garcia, que se enrolou com Bruno Pacheco e bateu mascado, de perna esquerda, para fora. Aos 17 minutos, Paraná participou de outra trama ofensiva. Na intermediária, sofreu falta de Serginho. Marlon ergueu na área e Leandro Camilo desviou de cabeça para o gol, mas já era flagrado em impedimento.

Postado em um 4-1-4-1, o Braga finalizou pela primeira vez logo na sequência do tento anulado de Camilo. Thiago Santos, um dos ”interiores”, achou o lateral Alemão penetrando pela direita. O camisa 2 paulista, no entanto, acabou atrapalhado pelo quique da redonda e mandou alto demais. Apostando nas saídas em velocidade, o Xavante contava com erros dos meio-campistas adversários na pressão. Ao recuperar a posse, claramente a preferência era acionar Ramon pelo flanco esquerdo de ataque, como no lance do gol.

Destaque individual dos visitantes, Zambi, ex-Caxias e Veranópolis, sofria com marcação ferrenha de Felipe Garcia. Por vezes, o autor do gol de abertura do marcador chegava a ficar mais recuado que Wender. A posse de bola do Bragantino, finalmente, resultou em chance claríssima de empate aos 30 minutos. Thiago Santos achou Eliandro no meio da área xavante. O centroavante teve tempo para ajeitar e, cara a cara com Eduardo Martini, chutar cruzado, carimbando o pé da trave direita do arqueiro vermelho e preto.

Como de costume, Rogério realizou inúmeras anotações à beira do gramado (Foto: Gustavo Pereira/Rede Esportiva)
Como de costume, Rogério realizou inúmeras anotações à beira do gramado (Foto: Gustavo Pereira/Rede Esportiva)

Na reta final do primeiro tempo, a bola na trave foi a deixa para que a torcida manifestasse sinais de indignação. Deu certo. Os comandados de Zimmermann conseguiram estancar o domínio rival e saíram do campo de defesa. Aos 35, Washington recebeu perto da área e mandou de esquerda. Com desvio em Jesiel, Felipe não teve tempo de evitar o escanteio. Na sequência, em falta frontal, Diogo levantou e Garcia chegou antes do arqueiro ex-Corinthians para desviar por cima da meta.

A postura do Brasil realmente mudou depois do susto. A marcação apertou na saída de jogo do Massa Bruta até que o primeiro cartão amarelo pintou. André Luiz de Freitas Castro mostrou a advertência para Jesiel. O zagueiro perdeu a bola para Diogo, que ia invadindo a área. A cobrança da infração, feita também pelo maestro, acabou na cabeça de Cirilo, que deu ”de orelha” na redonda, jogando à esquerda de Felipe.

Foto: Jonathan Silva/G.E. Brasil
Foto: Jonathan Silva/G.E. Brasil

Extremamente movimentada, a metade inicial do confronto ainda teve mais lances importantes. Sempre seguindo à risca a ideia de pressionar os defensores e atacar o lado direito defensivo do Braga. Aos 39, Paraná recebeu passe de Garcia e foi ao fundo. Observando infiltração em velocidade do próprio Felipe e de Diogo Oliveira, o camisa 11 cruzou mas viu Felipe se antecipar e agarrar a pelota. Após intensos 45 minutos, o primeiro tempo chegou ao fim.

Xavante controla, amplia e assegura triunfo

Para a metade derradeira do duelo, o técnico interino Alberto Félix, do Massa Bruta, realizou uma modificação. O camisa 8 Renan deu lugar ao 15, Leandro Brasília. Inicialmente, o panorama se manteve. O novato no gramado deu novo estilo de movimentação a favor dos visitantes. Foi justamente ele quem obrigou Martini a trabalhar ao bater de fora da área aos cinco minutos.

Tentando responder, o Rubro-Negro chegou bem com Marcos Paraná. Livre pela esquerda, o meia/falso nove cortou para dentro e se desequilibrou em lance com Alemão. Em seguida, Serginho apareceu para retomar a posse a favor do Bragantino. Se lançando com extrema intensidade ao ataque, os paulistas deixavam muitos espaços entre as linhas defensivas e o restante dos atletas. Pelo fato de o Brasil não conseguir aproveitar, Rogério Zimmermann ia à loucura na área técnica.

Foto: Vitor Azocar/Rede Esportiva
Foto: Vitor Azocar/Rede Esportiva

Aos nove minutos, o Alvinegro mostrou porque era superior na volta dos vestiários. O camisa 9 Eliandro passou para Alemão, que, mais uma vez, se projetou para finalizar. Bem posicionado, Martini pegou sem sustos. Claramente, o caminho das pedras para o Xavante era atacar pelo lado esquerdo, com Ramon e Marlon. Porém, o mau momento interferiu no acabamento das tramas ofensivas. Muito bem no começo da partida, Diogo já não conseguia mais acertar os mesmos lançamentos.

Mas assim é o futebol. Exatamente assim. E quem não faz, leva. Aos 11 minutos, essa máxima entrou em vigor de modo perfeito. Pelo mesmo lado direito de defesa do Bragantino, Ramon recebeu dele, Diogo. Depois de passar pelo zagueiro, chutou cruzado vencendo Felipe: 2 a 0! Não deu outra na Baixada: a torcida explodiu e a situação do jogo mudou completamente.

Ramon bateu cruzado para vencer Felipe (Foto: Jonathan Silva/G.E. Brasil)
Ramon bateu cruzado para vencer Felipe (Foto: Jonathan Silva/G.E. Brasil)

O gol do ”Ramonstro” representou um marco importante no jogo. As boas trocas de passes deram lugar a chegadas mais firmes e ânimos mais acirrados. Desta forma, mais cartões amarelos foram levantados pelo árbitro goiano. Até então, nenhum atleta vermelho e preto havia sido punido. Por motivo desconhecido, no lance do tento, o camisa 9 foi o primeiro agraciado. Depois, Marlon, por falta cometida. Em seguida, Diogo Oliveira e Wender discutiram rispidamente no centro do campo e receberam advertência.

Após os cartões apresentados, o duelo passou a se dar em um ritmo mais calmo. Sem o mesmo ímpeto de outrora para buscar o desconto no placar, o Bragantino chegou com Zambi, que arriscou do meio da rua para defesa tranquila de Martini. Quando restavam pouco mais de 15 minutos para o apito final, modificações. No Brasil, uma troca que aconteceu nos três jogos da Série B: Ramon por Nathan. Enquanto isso, Alberto promoveu o ingresso de Léo Jayme no lugar de Thiago Santos.

Chutar de fora da área parecia ser a única maneira de os paulistas ameaçarem a meta xavante. Tentando ser diferente dos companheiros que não tiveram sucesso, o lateral-esquerdo Bruno Pacheco também arriscou. O destino, entretanto, permaneceu igual: as redes de proteção da obra do Bento Freitas. Vendo o terceiro réves na competição se aproximar, Serginho e Zambi exageraram na reclamação e receberam cartão amarelo.

Explorando espaços deixados pela recomposição demorada do adversário, o Brasil sofria com erros no passe final. Rogério Zimmermann, já tranquilo, colocou Marcão na vaga de Marcos Paraná, extenuado. Do lado oposto, Oliveira entrou na lacuna deixada por Edson Sitta. O panorama geral, porém, não mudou. A maneira mais plausível de chegar perto de um terceiro gol era através de bolas longas pelos flancos. Nathan finalizou duas vezes sem sucesso, por exemplo.

Nos minutos finais, claramente o resultado já estava decidido. Se pudessem, provavelmente as duas equipes assinariam um acordo para o encerramento do jogo antes do tempo regulamentar. Nos últimos segundos, Diogo Oliveira saiu aplaudido para entrada de Nena. O camisa 19 sequer tocou na bola, pois, aos 49 da etapa complementar, André Luiz de Freitas Castro colocou ponto final: 2 a 0 Xavante e posição no alto da tabela mais que garantida.

Foto: Vitor Azocar/Rede Esportiva
Foto: Vitor Azocar/Rede Esportiva

FICHA TÉCNICA

Brasil: Eduardo Martini; Wender, Cirilo, Leandro Camilo e Marlon; Leandro Leite, Washington, Felipe Garcia, Diogo Oliveira (Nena, 48/2ºT) e Ramon (Nathan, 28/2ºT); Marcos Paraná (Marcão, 38/2ºT). Técnico: Rogério Zimmermann.

Bragantino: Felipe; Alemão, Jesiel, Éder Lima e Bruno Pacheco; Serginho, Renan (Leandro Brasília, intervalo), Thiago Santos (Léo Jayme, 28/2ºT), Edson Sitta (Oliveira, 38/2ºT) e Zambi; Eliando. Técnico: Alberto Félix (interino).

Cartões amarelos: Ramon, Marlon, Diogo Oliveira e Wender (Brasil); Jesiel, Renan, Serginho e Zambi (Bragantino).

Arbitragem: André Luiz de Freitas Castro comanda o duelo, auxiliado por Márcio Soares Maciel e Henrique Neu Ribeiro.