Tudo se encaminhava para uma vitória do Brasil sobre o Bahia na noite desta sexta (24). De uma hora para outra, o cenário mudou: um empate frustrante se desenhava. Mas ainda deu tempo para nova alteração no rumo da partida: aos 47 minutos do segundo tempo, Teco marcou de cabeça e selou o triunfo xavante sobre o Tricolor de Aço, pela 12ª rodada da Série B do Brasileirão, no estádio Centenário.
Com o resultado, que também teve contribuição de Felipe Garcia, os comandados de Rogério Zimmermann subiram para a sétima posição do campeonato, ao menos momentaneamente. São 19 pontos, contra 20 do Ceará (último integrante do G4). A jornada termina amanhã, mas somente o Náutico pode ultrapassar o Rubro-Negro. Na próxima terça-feira (28), o adversário é um velho conhecido: o Londrina, no estádio do Café, às 19h15.
Por outro lado, os baianos permanecem em maré ruim. Sofreram a quarta derrota consecutiva, estacionando nos 17 pontos e caindo para o nono lugar. Também na terça, a equipe vai contar com a estreia de Guto Ferreira no comando. O compromisso é contra o Oeste na Fonte Nova.
Bahia começa melhor, mas Xavante cresce e equilibra o jogo
Escalado com os 11 titulares de praxe, exceto os lesionados Wender e Cirilo, o Brasil novamente sentiu de cara perdeu o capitão para o próximo compromisso. Logo aos quatro minutos, Leandro Leite cometeu falta em Régis na faixa central do gramado e recebeu cartão amarelo. Como estava pendurado, o volante não enfrenta o Londrina.
A primeira chegada perigosa aconteceu aos sete minutos. Na saída de bola, Marlon vacilou e Renato Cajá acionou Régis na meia lua. O meia ajeitou e deixou a redonda escapar antes de finalizar à direita de Eduardo Martini. No começo, o Xavante adotou postura reativa, enquanto o Bahia propunha lances ofensivos. Postado em um 4-2-3-1, o Tricolor configurava-se com Renato Cajá aberto pela esquerda, Régis pelo meio e Thiago Ribeiro mais adiantado, substituindo Hernane Brocador.
Aos 11, Régis foi derrubado muito perto da área rubro-negra. Na cobrança, porém, Renato Cajá carimbou a barreira. Em seguida, os nordestinos seguiram criando. Impondo velocidade pelo setor direito de ataque, Luisinho tabelou com Danilo Pires e chutou para defesa de Martini. Não demorou quase nada para o mesmo Luisinho aparecer de novo, só que com mais perigo ainda. Depois de arremesso lateral, o jogador aproveitou sobra e girou sobre Camilo, finalizando para fora.
Enquanto via o adversário envolver a zaga, os comandados de Zimmermann não conseguiram sequer trocar passes. Aos 15, Luisinho novamente penetrou sozinho na área e concluiu, parando em ”medalhada” do arqueiro vermelho e preto. Um cruzamento de Marcos Paraná, quando o cronômetro apontava 21 minutos, foi o primeiro ataque de fato do Brasil. Somente aos 24 a equipe xavante finalizou ao gol de Marcelo Lomba: Washington, de longe e à direita do camisa 1.
Superando a pressão sofrida inicialmente, o Rubro-Negro reverteu o quadro da partida na metade da primeira etapa. As alternativas eram as bolas paradas, mas Diogo Oliveira e Marlon não acertaram a cabeça de nenhum companheiro. Durante período considerável, as ações do duelo acabaram concentradas no centro do gramado. Os cruzamentos eram a principal arma do Brasil, que, em levantamento de Marlon na direção de Felipe Garcia, por pouco não saiu na dianteira. Desta forma, 0 a 0 no intervalo.
Lances de perigo, gols e vitória eletrizante
Para a metade final do confronto, Rogério Zimmermann modificou a equipe xavante: sacou Diogo Oliveira e promoveu o ingresso de Clébson. No primeiro lance em campo, o baixinho arriscou rasteiro e forte de perna direita, obrigando Lomba a cair para espalmar. Como resposta, o lateral-esquerdo Moisés, do Bahia, soltou um petardo do bico da grande área e viu Martini esticar a mão, evitando o tento de abertura do placar.
O segundo tempo ganhou mais intensidade e os dois times passaram a jogar mais pelos lados. Pelo Brasil, Ramon foi ao fundo e rolou buscando penetração de Clébson, mas Moisés chegou antes do camisa 20. O próprio Moisés cruzou rasteiro em seguida, mas Teco, assim como em tentativa de Luisinho, evitou a finalização. No mano a mano com Marlon, Luisinho arrematou para fora na sequência.
Aos 11 minutos, o panorama movimentado da partida finalmente resultou em gol. Pela esquerda, Ramon arrancou, aparentemente isolado. Antes do camisa 9 iniciar o gesto da batida, Felipe Garcia já corria na direção da pequena área. Deu certo. O atacante mandou cruzado de perna esquerda e Marcelo Lomba deu rebote. Embalado, o artilheiro rubro-negro na Série B não titubeou e empurrou a redonda rumo ao fundo do barbante: 1 a 0!
Visando dar nova vida ao ataque tricolor, o interino Aroldo Moreira sacou Thiago Ribeiro e colocou um centroavante na equipe: Zé Roberto. Quando o Xavante tinha o jogo controlado, o comandante visitante tirou Luisinho e deu chance ao atacante João Paulo Penha. Bem postado na defesa e tranquilo para especular em contragolpes, o Brasil se via mais perto do segundo gol do que o Bahia do primeiro.
Como de costume, Zimmermann deu sangue novo ao setor ofensivo vermelho e preto com a entrada de Nathan. Quem saiu foi Marcos Paraná. No primeiro lance depois da substituição, o placar não foi dilatado por um detalhe. Em batida de escanteio de Clébson, Ramon pegou sobra e teve o chute travado. A bola subiu e Camilo cabeceou na direção do gol. Teco ainda desviou de leve e a pelota tocou na trave antes de sair. Na sequência, mais dois escanteios favoreceram o Brasil, entretanto não houve mais perigo.
Muito superior, o Xavante perdeu nova chance aos 28 minutos. Nathan recebeu na esquerda, puxou para dentro e ergueu na marca do pênalti buscando Ramon. O camisa 9 se antecipou e cabeceou de peixinho na rede pelo lado externo. Além dessas chegadas, escanteios de Clébson seguiam amedrontando a defesa baiana. A equipe do Nordeste, porém, procurou não se abater. Aos 33, Zé Roberto foi acionado na área e bateu cruzado. Providencialmente, Leandro Leite deu carrinho evitando a continuação do lance.
Assim como nas outras partidas em que esteve em campo, Clébson se mostrou um meia elétrico. Por pouco o meia não anotou o primeiro gol pelo clube aos 36. Quando Marlon cobrou lateral do terreno defensivo, Ramon desviou de cabeça e o baixinho arrancou para mandar uma pancada pelo alto da meta de Lomba. O jogo se encaminhava para um grande triunfo xavante, mas aos 41 minutos Moisés cruzou rasteiro e Marlon tocou contra o próprio patrimônio: 1 a 1.
Rogério ainda trocou Ramon por Nena. Bem na partida, Clébson deixou Garcia na cara do gol e o atacante, como não tem sido nesta Série B, desperdiçou. Mas o Brasil foi agraciado nos acréscimos. Com 47 minutos no relógio, Marlon cobrou falta na área e Teco subiu mais alto que todo mundo para dar números finais a um embate eletrizante: 2 a 1! Depois de três partidas, o Rubro-Negro reencontrou o caminho das vitórias, piorou a situação do Bahia e voltou a encostar no G4 da Segundona nacional.
FICHA TÉCNICA
Brasil: Eduardo Martini; Weldinho, Leandro Camilo, Teco e Marlon; Leandro Leite, Washington, Felipe Garcia, Diogo Oliveira (Clébson, intervalo) e Ramon (Nena, 44/2ºT); Marcos Paraná (Nathan, 25/2ºT). Técnico: Rogério Zimmermann.
Bahia: Marcelo Lomba; Danilo Pires, Éder, Lucas Fonseca e Moisés; Feijão, Juninho (Gustavo Blanco, 33/2ºT), Luisinho (João Paulo Penha, 20/2ºT), Régis e Renato Cajá; Thiago Ribeiro (Zé Roberto, 11/2ºT). Técnico: Aroldo Moreira (interino).
Cartões amarelos: Leandro Leite e Felipe Garcia (BRA); Juninho, Éder, Luisinho, Lucas Fonseca e Moisés (BAH).
Arbitragem: Igor Junio Benevenuto (MG), auxiliado por Breno Rodrigues (MG) e Andre Luiz Severo (PR).
OUTROS JOGOS DA 12ª RODADA DA SÉRIE B (24/06)
19h15 – Paysandu 0x0 Atlético-GO
19h15 – Criciúma 1×1 Bragantino
21h30 – Luverdense 2×1 Londrina