Brasil supera CRB de virada e conquista primeira vitória fora de casa na Série B

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A tão aguardada primeira vitória na condição de visitante na Série B do Campeonato Brasileiro chegou. Diante do CRB, no estádio Rei Pelé, o Brasil saiu em desvantagem com o gol de Diego Jussani, mas alcançou a virada graças aos tentos de Ramon e Nathan.

Passadas 18 rodadas, o Xavante ocupa provisoriamente a quinta colocação com 27 pontos somados. Paraná, Criciúma, Bahia e Naútico ainda entram em campo no final de semana e podem ultrapassar o vermelho e preto na tabela de classificação. O Rubro-Negro volta a campo já na terça-feira (02), quando recebe o Avaí no estádio Bento Freitas a partir das 19h15.

CRB abre placar no início e Ramon empata no fim do primeiro tempo

O técnico Rogério Zimmermann contrariou as expectativas. Em tese, Galiardo e Marcão disputavam a vaga aberta pelo suspenso Washington. O treinador, contudo, apostou em Elias, que ocupou a faixa esquerda de ataque. Dessa forma, Nem editou a dupla de volantes com Leandro Leite. Fora das quatro linhas, a novidade ficou por conta do recém-contratado Jônatas Belusso, que integrou o banco de reservas. Diante de uma das defesas mais vazadas da competição, o Brasil dificultou a saída de bola dos alagoanos e até concentrou o jogo no território de ataque no princípio do embate. O panorama, contudo, teve vida efêmera.

Quando o cronômetro apontava 4 minutos, Luidy dominou pela esquerda, partiu pra cima de três marcadores e só foi parado pela falta de Leandro Camilo, próxima ao bico da área. Encarregado da cobrança, Diego Jussani tomou distância e soltou o pé. O forte arremate ainda contou com a colaboração de Felipe Garcia, que se afastou do restante da barreira e abriu o espaço por onde a pelota passou antes de morrer no fundo das redes rubro-negras. 1 a 0.

O Xavante respondeu logo na sequência, quando Ramon invadiu a área adversária e foi bloqueado por Flávio Boaventura na hora da conclusão. Muito acionado, Weldinho buscou o fundo do campo e cruzou na direção de Elias, que cabeceou fraco, nas mãos de Júlio César. Mais tarde, Diogo Oliveira entrou em ação e assustou os alagoanos em duas oportunidades. Na primeira, ele arriscou do meio da rua e a pelota saiu longe do alvo. Pouco depois, foi dos pés do camisa 10 que saiu o misto de cruzamento e finalização que despretensiosamente beliscou o travessão antes de cruzar a linha de fundo.

Weldinho foi bastante acionado no ataque ao longo do primeiro tempo (Foto: Carlos Insaurriaga/GE Brasil)
Weldinho foi bastante acionado no ataque ao longo do primeiro tempo (Foto: Carlos Insaurriaga/GE Brasil)

O extenso período de poucas chegadas contundentes do Galo no campo de ataque foi interrompido aos 32 minutos, quando Diego fez boa jogada individual, deixou Felipe Garcia pra trás e carimbou o travessão em chute de longa distância. Também de longa distância, Diogo Oliveira cobrou colocado a falta frontal à área regatiana que encobriu a barreira e tirou tinta do poste. Em mais uma jogada de bola parada, Marlon levantou na segunda trave e encontrou Ramon, que escorou para o meio. No interior da pequena área, Flávio Boaventura afastou o perigo.

Pouco exigido até então, Martini ganhou destaque nos minutos derradeiros da etapa inicial. Aos 43, depois da rápida troca de passes na entrada da área rubro-negra, Roger Gaúcho descolou preciso lançamento para Matheus Galdezani. Sem deixar a redonda cair, o meio-campista concluiu de primeira e esbarrou na intervenção do arqueiro, que espalmou em escanteio. A cobrança curta resultou no cruzamento venenoso de Gerson Magrão, que obrigou Martini a ceder mais um tiro de canto.

Quando o primeiro tempo parecia resolvido, Ramon não desperdiçou o cenário de desorganização da defesa alagoana. Após a falha de Flávio Boaventura, o centroavante se viu no mano a mano diante da marcação de Diego Jussani, ajeitou para a perna esquerda e, da entrada da área, acertou o canto inferior de Júlio César e deixou tudo igual.

Nathan aproveita falha da defesa e garante a virada

As equipes voltaram sem alterações para a etapa final. A principal mudança, na verdade, foi notada na postura apresentada pelo CRB no princípio. No segundo minuto de jogo, Somália disparou uma bomba, defendida com a ponta dos dedos por Martini. O Xavante, por sua vez, não se retraiu. Força e direção, no entanto, não foram os predicados do arremate de Ramon que teve como destino o lado externo da rede.

Pouco depois, o centroavante foi acionado às costas da defesa. Após um breve momento de hesitação, Ramon concluiu mais uma vez sem força, mas Júlio César não agarrou firme. Uma confusão se instalou na área regatiana e só teve fim quando Felipe Garcia, da entrada da área, finalizou sobre a meta. No minuto 14, o técnico Mazola Júnior promoveu as primeiras mudanças na sua equipe com as entradas de Neto Baiano e Éder Loco nas vagas de Zé Carlos e Roger Gaúcho.

O ímpeto ofensivo esboçado pelo Galo não se confirmou. Simultaneamente, o Xavante se viu diante de boas oportunidades de concretizar a virada, mas não as traduziu em gols. Aos 17, Diogo Oliveira não aproveitou a relativa liberdade concedida pela defesa rival. Hesitou no momento do chute e permitiu que Flávio Boaventura se aproximasse a tempo de bloqueá-lo. Marlon se encarregou da cobrança da lateral e arremessou a bola diretamente na área. Depois de uma ligeira confusão, Felipe Garcia dominou no peito e chutou torto. Garcia voltou a desperdiçar chance clara aos 21: conduziu até o semi-círculo e isolou, acertando as arquibancadas do Rei Pelé.

Foto: Carlos Insaurriaga/GE Brasil
Foto: Carlos Insaurriaga/GE Brasil

Pouco explorado até então, o contra-ataque ofereceu mais uma situação evidente de alterar o marcador. O contragolpe foi puxado por Elias, que arrancou desde o campo de defesa, percebeu a movimentação de Ramon e o serviu. Na entrada da área, o centroavante arrematou com muito perigo, à direita do arco. O ciclo de oportunidades não aproveitadas pelos dois adversários teve fim com Neto Baiano. O centroavante se fez valer do seu porte físico ao se desvencilhar da marcação de Teco e, da entrada da área, completar o cruzamento rasteiro com mais uma finalização que passou perto do alvo.

Nesta altura, Rogério Zimmermann lançou mão de sua primeira substituição, com Nathan substituindo Ramon. “Cachorrão”, aliás, roubou a cena. Em sua primeira aparição, correu atrás do lançamento que já parecia dominado pela defesa do CRB. Separado da pelota pela proteção de Marcos Martins, o ponta esquerda aproveitou a indecisão entre o lateral-direito e Júlio César: deu um toque sutil que, concomitantemente, eliminou a concorrência do arqueiro e o colocou de frente para o gol aberto. Coube a ele empurrar para o barbante e decretar a virada em Maceió.

Com a entrada de Nathan, Elias atuou breves minutos como centroavante, mas logo foi sacado para a entrada de Galiardo. A outra alteração, efetuada na sequência do gol, foi a entrada de Clebson no lugar de Diogo Oliveira. Após o tento, o Galo se atirou para o campo de ataque e buscou o empate de todos os modos, mas Martini não foi exigido. O Xavante, por sua vez, tratou de prender a bola nas “esquinas” do campo, onde Nathan e Clebson administraram o resultado. Nos últimos suspiros, Rodolfo recebeu pela esquerda, cortou para o meio e arriscou de fora da área, mas não acertou o alvo. O tiro de meta cobrado por Martini foi o ato final da tão aguardada vitória rubro-negra longe de casa.

FICHA TÉCNICA

CRB: Júlio César; Marcos Martins, Flávio Boaventura, Diego Jussani e Diego; Somália (Rodolfo) e Matheus Galdezani; Roger Gaúcho (Éder Loco), Gerson Magrão e Luidy; Zé Carlos (Neto Baiano). Técnico: Mazola Júnior.

Brasil: Martini; Weldinho, Leandro Camilo, Teco e Marlon; Leandro Leite e Nem; Felipe Garcia, Diogo Oliveira (Clebson) e Elias (Galiardo); Ramon (Nathan). Técnico: Rogério Zimmermann.

Cartões amarelos: Somália, Zé Carlos (CRB); Nem, Galiardo e Martini (GEB).

Arbitragem: Rodrigo Batista Raposo, auxiliado por Daniel Henrique da Silva Andrade e José Reinaldo Nascimento Júnior (trio do Distrito Federal).