Após completar 100 jogos pelo Brasil, Papa afirma: “Me sinto em casa desde o primeiro momento”

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O histórico recente do Brasil se mistura com o de Gustavo Papa. Quando o atacante desembarcou no Bento Freitas, o Xavante ainda disputava a Série D do Campeonato Brasileiro e a Copa Hélio Dourado. Já em 2014, Papa se destacou no Campeonato Gaúcho, com 5 gols marcados, e, no ano seguinte, esteve em campo no histórico confronto que culminou com o acesso rubro-negro para a Série B do Campeonato Brasileiro “praticamente de lateral-esquerdo”, como ele mesmo disse. E por mais que a atual temporada seja de oportunidades mais escassas para o jogador, reservou uma marca especial: a de 100 jogos com a camisa vermelha e preta.

“Fico muito feliz de ter completado essa marca. Pra mim sempre é uma honra vestir essa camisa, eu me sinto em casa desde o primeiro momento. O torcedor me acolheu de uma maneira impressionante desde a minha chegada. Outra coisa que acho que me ajudou bastante é o fato de que na minha carreira inteira eu tive o desejo de vestir essa camiseta. Inúmeras vezes eu enfrentei o Brasil no Bento Freitas e sabia da força que essa torcida tinha. Às vezes jogando contra você via o estádio vibrando e pensava, lá no começo da carreira: um dia quero vestir essa camisa pra ter essa torcida me incentivando”, disse em entrevista coletiva na tarde da última quinta-feira.

Papa comemora um dos gols marcados contra o Ceará (Foto: Jessé Krüger/Rede Esportiva)

Questionado sobre as chances do clube voltar ao G-4 na segunda divisão nacional, Papa afirmou que “é claro que existe”, e traçou um panorama da tabela de classificação. Com seis rodadas pela frente, o Brasil ocupa a nona colocação, com 45 pontos, enquanto o Londrina, que abre o grupo dos quatro primeiros, soma 52. Ou seja, são 18 pontos em disputa para eliminar a diferença.

E no velho debate entre resultado e desempenho, o centroavante avaliou que, por mais que o primeiro não esteja aparecendo nos últimos compromissos(são três derrotas consecutivas e quatro jogos sem vitória), as performances apresentadas não foram ruins: “A gente conversa bastante pra procurar manter o foco. Apesar de os últimos resultados não terem aparecido, nossa equipe não vem jogando mal. A questão técnica não decaiu. É só questão de sermos um pouco mais efetivos. Nosso ambiente está bom, conversamos bastante e sabemos que nada está perdido”, opinou.

Quem também concedeu entrevista foi o meio-campista Marcão. Desde que chegou no clube, parte da imprensa imaginava que o jogador atuaria na mesma faixa do campo habitada por Washington, mais recuado – o que de fato já foi testado pelo técnico Rogério Zimmermann. No decorrer dos jogos, porém, foi utilizado como ponta pela direita, na mesma posição de Felipe Garcia.

“Aberto é mais um homem de meio. O Felipe tá sempre no meio e se projeta para a ponta, é como se fosse um terceiro volante. Temos que estar bem preparados para a situação que for. Venho trabalhando naquela função e tenho certeza que quando ele (Zimmermann) opta por mim ele sabe que vai ser bem feito”, ponderou.

Marcão em ação em jogo-treino contra o Grêmio, antes do início da Série B (Foto: Carlos Insaurriaga/GE Brasil)
Marcão em ação em jogo-treino contra o Grêmio B, antes do início da Série B (Foto: Carlos Insaurriaga/GE Brasil)

Marcão lembrou do primeiro turno para argumentar que uma vitória diante do Joinville, na próxima rodada, pode servir como uma arrancada para o Xavante. No final da primeira metade da competição, a equipe aparecia na 10º colocação. Os triunfos em sequência sobre CRB e Avaí, contudo, fizeram o Rubro-Negro encerrar o turno muito próximo dos quatro primeiros.

Ainda sobre o Joinville, que briga contra o rebaixamento, o meio-campista aderiu ao discurso que entende que os rivais da ponta de baixo da tabela são mais complicados: “Todos os adversários da Série B são difíceis, mas esse pessoal que vem do Z-4 vem naquele jogo de vida ou morte, cada vitória pra eles vale mais que os três pontos. Todos jogadores lá querem fazer algo mais caso aconteça a queda da equipe deles pra que eles possam estar empregados ano que vem. Acho que jogar contra esses equipes é mais difícil do que contra aqueles que brigam por um G-4 ou estão no meio da tabela”, finalizou.