Os mais importantes confrontos entre Brasil e Ypiranga

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Hoje à noite, Brasil e Ypiranga se enfrentarão no estádio Bento Freitas, na cidade de Pelotas e farão o jogo dos desesperados, pois os dois clubes estão na Zona de Rebaixamento do Gauchão de 2017. Mas esta situação não é comum nos confrontos entre estes dois clubes.

Em 1996, o Brasil começou disputando a Série B do Campeonato Gaúcho de 1996, mas fez uma campanha consistente e obteve o direito de disputar a Fase Semifinal do Estadual da Série A no mesmo ano. Brasil e Ypiranga ficaram no mesmo grupo de Internacional e Juventude. Na última rodada da semifinal, tanto o Xavante quanto o Ypiranga chegaram com chances de ir à final do Gauchão, mas ambos foram derrotados, respectivamente por Inter e Juventude, sendo que o time da Serra conseguiu a vaga na decisão.

Antes disso, no ano de 1991, as duas entidades se enfrentaram em um dia 7 de setembro, data maior do calendário cívico brasileiro. Além disso, neste dia o Grêmio Esportivo Brasil fazia o seu octogésimo aniversário e o carnê de jogos do Gauchão marcou um confronto entre Brasil e Ypiranga. Como todo bom convidado, o time de Erechim fez o melhor pelo dono da festa. O Xavante venceu por 2×1, obtendo o segundo presente do dia, pois o primeiro havia sido dado pelo mítico comentarista Paulo Sant’anna, identificado com o Grêmio, mas que no comentário que fez naquele dia numa rede televisiva de Porto Alegre, declarou-se Xavante.

Mas o mais importante dentre todos os enfrentamentos entre Brasil x Ypiranga não aconteceu no Gauchão como muitas pessoas devem achar. Estes encontros históricos aconteceram na final da Copa Clébel Furtado, campeonato organizado pela Federação Gaúcha de Futebol, que reuniu 20 dos vinte e dois times que disputariam o Gauchão de 1992. Apenas Grêmio e Inter, que disputavam respectivamente os campeonatos brasileiros da segunda e primeira divisão não participaram da Copa Clébel Furtado.

A competição estadual aconteceu basicamente no primeiro semestre de 1992 e os 20 times foram divididos em quatro grupos com 5 equipes, os dois melhores de cada chave passaram à segunda fase. Nesta fase, os 8 clubes foram divididos em dois grupos de quatro equipes, os campeões de cada chave disputariam às finais.

Os principais destaques xavantes da Copa Clébel Futado foram os quatro clássicos da cidade, disputados contra o Pelotas, e lembrando que no Gauchão daquele ano eles se encontraram mais três vezes. O Brasil garantiu sua vaga na final com uma vitória sobre o Pelotas, 1×0, no estádio Bento Freitas.

O Brasil de 1992 era o grupo do ano anterior, que havia conquistado o Acesso ao Gauchão, comandado dentro de campo pela dupla de zagueiros do histórico Campeonato Brasileiro de 1985, Silva e Hélio Vieira. Fora de campo, o líder foi o glorioso Paulo de Souza Lobo, o Galego, um dos mais importantes treinadores da história do futebol gaúcho.

Enquanto isso, o Ypiranga contava com duas futuras lendas do futebol dos Pampas, Paulo Gaúcho, um dos principais atacantes do nosso Estado durante os anos 1990, artilheiro do Gauchão de 1994, e um iniciante Sandro Sotilli fazia parte do grupo verde e amarelo de Erechim.

Na final o confronto entre Brasil e Ypiranga foi equilibrado, com vitória do time de Erechim nos seus domínios, pelo placar mínimo e com o triunfo do Xavante no Bento Freitas, 2×1 no tempo normal e empate sem gols na prorrogação. O inusitado da conquista rubro-negra foi que o artilheiro da decisão acabou sendo o atacante Nazarildo, um veloz ponta direita, que fez os dois gols da partida final e que no geral era apenas um veloz atacante que incomodava as defesas adversárias somente por isso, definitivamente, Nazarildo foi um herói improvável.

A conquista da Copa Clébel Furtado acabou sendo relevante para o Brasil porque confirmou sua condição de Rei de Copas do futebol do interior gaúcho na primeira metade da década de 1990.