Por um futebol jogado com mais ideias

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Há duas semanas este colunista exaltou a eficiência histórica do Brasil, atuando no Bento Freitas despreocupado com o desempenho e a estética do jogo, porém apresentando o suficiente para obtenção de pontos. Este colunista também ressaltou que em certames curtos, como o Gauchão, a história recente prova que a estratégia utilizada é satisfatória para as pretensões do clube. O colunista concluiu, entretanto, que concordava com a necessidade de incorporação de outros movimentos ofensivos ao atual modelo de jogo. E a falta de repertório ao ter a posse da bola foi o principal elemento para explicar a derrota Xavante diante do São José.

Foto: reprodução TacticalPad
Equipes se posicionaram no 4-2-3-1; São José adotou estratégia propositiva e Brasil reativa (Foto: reprodução TacticalPad)

A ideia predominante na equipe de Rogério Zimmermann é a ligação direta. O chutão de Eduardo Martini, dos zagueiros ou dos laterais, buscando o jogador mais avançado, que se posiciona buscando a casquinha, enquanto os meias-atacantes se aproximam em busca da segunda bola. Para que essa ideia funcione, é necessário a recuperação da bola, que os defensores façam um bom lançamento e, principalmente, que o centroavante consiga impor-se aos defensores do adversário. Contra o Zequinha, o aproveitamento nos desarmes foi abaixo do ideal e Gustavo Papa foi derrotado na maior parte dos duelos aéreos.

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Quando o rival consegue limitar a ideia de jogo rubro-negra, através de uma pressão adiantada ou com superioridade na disputa de bola aérea, percebe-se que o Brasil não tem alternativas de jogo, se limita a apostar em individualidades e, se elas não funcionam, fica encurralado.

Foto: frame Premiere
Brasil posicionou-se defensivamente a partir do meio-campo e atraiu o adversário (Foto: frame Premiere)

Não há aqui a intenção de dizer o que é certo e o que é errado. Futebol não é exato e muitas vezes é definido pelo acaso. É nosso dever, porém, identificar as ideias apresentadas em campo e partir delas projetar onde o time pode e precisa evoluir. Elas são conceitos que vem do treinador, da comissão técnica, e que devem ser trabalhadas desde a pré-temporada.

O Brasil de Zimmermann treina outros movimentos ofensivos além da ligação direta buscando o centroavante ou pontas? Esse é o questionamento a ser feito. Os treinos (e até jogos-treinos) são realizados de portões fechados e poucas vezes os repórteres descobrem esse tipo de informação. Pelo que é apresentado em campo, está claro que “não” é a resposta.

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No final, Zimmermann abriu mão dos armadores e posicionou o time com quatro atacantes (Foto: frame Premiere)