Retrospectiva RE: Natal listrado

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Por Pedro Petrucci

Faltam poucos dias para terminar mais um ano e, além de planejar o ano que virá, é hora de relembrar todos os fatos que marcaram o trio Bra-Far-Pel em 2012. Depois de diversas competições, alegrias, tristezas e polêmicas, nenhuma das equipes conseguiu atingir seu principal objetivo. Porém, apesar da profecia Maia, o mundo não acabou e as perspectivas para 2013 são as melhores, deixando o torcedor pelotense esperançoso.

A Retrospectiva RE de hoje vai contar como foi o ano do Pelotas. Você, leitor, lembra como foi?

Torcida áureo-cerúlea foi um ponto importante em 2012

O ano de 2012 do Lobão não foi exatamente como todos esperavam. As fracas campanhas no Campeonato Gaúcho e na Copa Hélio Dourado, além da não participação na Série D do Brasileirão, certamente deixaram o torcedor áureo-cerúleo decepcionado. Entretanto, como um presente de Natal antecipado, a direção de marketing do clube anunciou a parceria com a Adidas para o fornecimento de material esportivo para o próximo ano, terminando, assim, a temporada de uma forma animadora.

Carlos Gavião, após debutar como treinador em 2011, foi mantido no cargo para a disputa do Gauchão; Jorge Bopp também foi mantido como executivo de futebol. Para a competição o Pelotas manteve alguns atletas que já estavam no elenco – como Igor, Maicon Sapucaia, Carlos Augusto e Clodoaldo – e fez outras contratações de renome – como George Lucas, Diogo Rincón, Reinaldo e Danilo Portugal, além dos uruguaios Guly e Martín Góngora. “Vim para ser campeão gaúcho”, disse George Lucas em sua apresentação.

O ônibus Expresso Lobão

O lançamento da TV Lobão, do ônibus Expresso Lobão e a parceria com o lutador de MMA Maiquel Falcão, que posteriormente seria campeão do Bellator, foram fatos marcantes fora das quatro linhas. Dentro delas, o time começou muito mal a Taça Piratini (1º turno) e, após três derrotas em três jogos, Gavião foi demitido. O novo técnico foi um velho conhecido do torcedor pelotense. Beto Almeida, o Beto Bombeiro, assumiu o time na tentativa de apagar o incêndio instalado na Boca do Lobo. Em dois jogos ele conseguiu as duas primeiras vitórias, frente ao Canoas e ao Ypiranga, contudo não conseguiu levar o Lobo aos mata-matas.

Para o segundo turno a direção reforçou o elenco: chegaram os volantes Douglas Silva e Claiton. Entretanto o que eles não contavam era sofrer uma goleada do Veranópolis, logo na estreia. O time da terra da longevidade aplicou 5 a 1 no Lobo, gerando revolta da alcateia – que escreveu ameaças nos muros do clube – e o pedido de demissão de Jorge Bopp, executivo de futebol.

Com os ânimos parcialmente acalmados, o Pelotas conseguiu reabilitar-se na competição e obteve duas vitórias essenciais para sua classificação. A primeira, frente ao poderoso Grêmio, e a segunda contra o Cruzeiro, fora de casa, ficando assim credenciado a disputar as quartas de final. Eu disse ânimos “parcialmente” acalmados porque na derrota para o Caxias, no Centenário, Guly e Douglas Silva trocaram agressões dentro de campo, com o uruguaio terminando expulso. Nos mata-matas o Lobo perdeu de 2 a 1 para o Canoas e foi eliminado. “O Pelotas não foi uma decepção, mas ficou um pouco aquém do esperado”, disse presidente Roberto Larrossa, avaliando o 8º lugar no clube na competição.

Esse oitavo lugar, por incrível que pareça, fez com que uma vaga no Campeonato Brasileiro da Série D caísse no colo do clube. O fato aconteceu pois Veranópolis, São José e Novo Hamburgo desistiram na competição. Todavia, sem garantias financeiras, o áureo-cerúleo fez como seus rivais e abdicou do campeonato nacional, deixando muitos torcedores, conselheiros e determinados dirigentes extremamente revoltados. Alguns sócios quebraram suas carteirinhas em sinal de protesto.

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Reinaldo, ao lado de Maicon Sapucaia, comemora o gol da vitória sobre o Grêmio

O azul e ouro fez sua estreia na Copa Hélio Dourado passados cerca de quatro meses do fim do estadual. Ítalo Gomez e Chamega agora faziam parte da diretoria e, com o cofre raspado, como definiu o técnico Beto Almeida em uma entrevista coletiva, foi formado um elenco de baixo custo, mas com o destaque para a volta de Sandro Sotilli, ídolo da alcateia.
Ainda na preparação para a Copinha foram feitos amistosos internacionais frente o time sub-23 do Independiente, da Argentina, e contra as seleções da segunda divisão de Uruguai e Paraguai.

Sem vitórias nos clássicos contra o Brasil e campanha de altos e baixos na primeira fase, a torcida fez um novo protesto. Dessa vez foram atos de vandalismo contra automóveis de jogadores e também do técnico. Alguns atletas deixaram o elenco, que mesmo assim classificou-se para as oitavas de final.

O primeiro jogo dos mata-matas marcou a estreia do centroavante Wellington Tanque. Ele entrou na segunda etapa e ajudou o Pelotas a fazer 3 a 1 no Caxias. Na volta, na serra gaúcha, os Grenás venceram pelo mesmo placar e a decisão foi para os pênaltis. Naquela noite brilhou a estrela do goleiro áureo-cerúleo Bruno Hepp que, em sua primeira disputa de penalidades máximas como profissional, defendeu duas cobranças. Contudo a euforia do Lobo durou pouco. Nas quartas de final a equipe perdeu por 1 a 0 os dois jogos contra o forte Inter-B e foi eliminada da Copa.

Mas o título desta matéria chama-se Natal listrado. Por que esse nome? Certamente o fato mais relevante do ano para todos áureo-cerúleos foi a parceria firmada com a Adidas, a fornecedora de material esportivo das três listras. O anúncio oficial foi feito no dia 21 de dezembro, quase no Natal, e a pré-venda das camisetas já são um sucesso na Lobomania.

O Lobão já está em preparação para o Gauchão 2013 e fez diversas contratações. Agora, “mais bem vestida”, a esperança da torcida azul e ouro é de um próximo ano com mais alegrias e menos confusões.

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A Adidas agora é parceira do Lobão

 

Amanhã (31) sai a Retrospectiva RE 2012 do Brasil. Já leu a retrospectiva do Farroupilha? Confira: O Fantasma de Badico